Um Dia

“Um Dia”- “One Day”, Estados Unidos, Reino Unido, 2011

Direção: Lone Scherfig

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Escolher um dia significativo na vida de um casal. E, através de mais de duas décadas, contar o que acontece nesse dia do ano com os dois personagens.

Essa foi a forma original escolhida pelo escritor inglês, David Nichols de 44 anos, para escrever o seu livro “Um Dia”, sucesso de venda no mundo inteiro e que ele adaptou para o cinema.

A história é a narrativa de um amor que floresce na juventude de Emma (Anne Hattaway, com sotaque britânico e adorável como sempre) e Dexter (Jim Sturgess), é contrariado e vai se modificando ao longo de vinte anos da vida deles.

A passagem do tempo é o tema que se presta a mostrar como mudam os personagens, pouco a pouco e como enfrentam as surpresas boas e más que a vida lhes traz.

Como acontece o amor?

No caso de Emma e Dexter, é ela que percebe desde o primeiro encontro dos dois, no dia 15 de julho de 1988, que muita coisa poderia acontecer entre eles. Mas os dois tem medo. São muito jovens, acabaram de se formar… Melhor ficar só amigos. Emma está decepcionada mas aceita sem luta aquilo que parece ser o mais sensato a fazer.

Para piorar as coisas, ela é tímida e insegura, ele é mimado e acha que o mundo lhe pertence. Vai cada um para o seu lado, viver a própria vida.

Ele vai para a India, para as drogas, mulheres e um programa na televisão. Ela segue para Londres e empenha-se em realizar-se como escritora.

Há reencontros e desencontros mas um está sempre na cabeça do outro. E, a cada dia 15 de julho, vamos seguindo os dois por mais de vinte anos, pelos caminhos que escolheram para viver.

“Um Dia” não é um filme leve, faz questão de esclarecer a diretora dinamarquesa Lone Scherfig, indicada no Oscar passado para três prêmios por seu filme “Educação”. Mas é um filme romântico, mesmo que a diretora não concorde com isso.

E é envolvente pelo modo como a história é contada. Principalmente para aqueles que viveram essas duas décadas mais ou menos com a mesma idade dos personagens, pela cuidadosa reconstituição de época, que alimenta nosso saudosismo.

Além disso, “Um Dia” é filmado em locações belíssimas em Edimburgo, Dinard e Paris na França e Londres. Menção especial para a casa dos pais de Dexter no campo inglês e as belas glicínias azuis que emolduram uma conversa entre ele e a mãe.

Lone Scherfig, que já fez filme pelo rígido movimento Dogma (nada de música, câmara na mão, em “Italiano para Principiantes”2000), aqui se rende ao que o cinema pode criar de emoção no espectador através de imagens, música e uma história de amor contrariado.

Para quem gosta dessa receita, vale assistir a “Um Dia” que, sem ser excepcional, destaca-se nesse fim de ano pobre de filmes maiores.

 

 

 

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