J. Edgar

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“J. Edgar” com Leonardo DiCaprio já está em cartaz em  SP – O novo filme de Clint Eastwood já está em cartaz
em São Paulo. Fui ver em pré-estréia e fiquei revoltada com a injustiça. Nem uma menção nos indicados ao Oscar pela Academia de Cinema de Hollywood… E diga-se de passagem, o filme mereceria menções em várias categorias. Nem falo do diretor, Clint Eastwood, que todo ano apresenta um trabalho, na glória de seus quase 82 anos. O roteiro de Dustin Lance, o mesmo de “Harvey Milk” com Sean Penn, que lhe valeu um Oscar, repete em “J. Edgar” um trabalho magnífico.
Leonardo DiCaprio está um assombro. A maquiagem perfeita deixa ele, quando faz J. Edgar velho, um caso difícil de repetir no cinema. Para não falar da direção de arte que está imbatível. Por que nenhum prêmio? Nem indicação? Foi por isso que só colocaram nove filmes para concorrer ao melhor do ano? Fico aqui pensando como a homofobia deve rolar solta entre os membros da academia…Ou não se pode falar dos mitos americanos? Em qualquer dos casos, fica difícil explicar por que “J. Edgar” foi  discriminado na festa do Oscar…Uma pena!

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Histórias Cruzadas

“Histórias Cruzadas” – “The Help”, Estados Unidos, 2011

Direção: Tate Taylor

Um caderno com páginas em branco. Uma mão feminina escreve “The Help”.

Eugenia Phelan (Emma Stone), chamada ”Skeeter” por todos, branca e rica, volta à sua cidade natal, Jackson, no Mississipi. Acaba de se formar em jornalismo e quer ser escritora.

Relembrando sua infância, parece que acorda para o racismo, onipresente nas famílias que ela conhece, inclusive na sua própria.

As empregadas negras que sempre se dedicaram a cuidar da casa e dos filhos das donas da cidade são o material que escolhe para o seu livro. Mal pagas e tratadas sem um mínimo de respeito e gratidão, despertam na moça um sentimento de solidariedade. O título “The Help” que Skeeter escolhe se refere a elas.

Estamos nos anos 60 quando começam os movimentos em prol dos direitos civis, com Martin Luther King à frente.

Bem sabemos que o racismo, filho do preconceito, mora no fundo do coração humano, sustentado por um tremendo egoísmo e pelo comodismo. Sempre existiu e existirá porque, conscientizar-se dele depende de despir-se de idéias preconcebidas para analisá-las com frieza, o que é difícil, frente ao medo de mudança que todos temos e o hábito humano de aceitar o que reza a tradição.

Mas Skeeter é jovem e corajosa e consegue que Aibileen Clark (Viola Davis), empregada de uma de suas conhecidas a ajude.

Aibeleen é a protagonista do filme. Vai ajudar Skeeter lendo para ela as histórias que escreve há anos, contadas por sua avó escrava e sua mãe, também empregada doméstica.

O filme “Histórias Cruzadas” que tem o mérito de trazer à tona essa discussão, que nunca envelhece, tem direção de arte, cenários e figurinos perfeitos. Mas brilha mesmo através da atuação de suas atrizes, indicadas aos principais prêmios.

Viola Davis faz uma empregada dócil, babá carinhosa para os filhos de seus patrões, apesar de viver uma tragédia secreta. Foi indicada à melhor atriz no Oscar.

Octavia Spencer (indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante) é Minny, engraçada e orgulhosa. São dela alguns dos melhores momentos do filme, contracenando com Brice Dallas Howard, a Hilly Hollbrook, patroa racista e má que posa de líder da comunidade.

Já Jessica Chastain, a inesquecível mãe de “Árvore da Vida”(também indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante) que é branca, loura e linda, é considerada cidadã de segunda categoria por suas origens sociais e é discriminada pelas pedantes donas da cidade.

Para vocês verem que preconceito não é só racismo.

“Histórias Cruzadas” é um filme honesto, bem feito, com excelentes atuações. Vale a pena ser visto.

Foi uma surpresa de bilheteria nos Estados Unidos e é um forte candidato ao Oscar de melhor filme do ano.

 

 

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