Sete Dias com Marilyn

“Sete Dias com Marilyn”- “My Week with Marilyn”, Estados Unidos, 2011

Direção: Simon Curtis

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Marilyn Monroe (1926-1962) era uma alma triste e perturbada em um corpo feminino sedutor. Sua história? Trágica desde o início.

Mesmo assim, ela chegou a ser uma das maiores estrelas do cinema do século XX.

Quanto de tenacidade e de carisma, somados à carência e à fragilidade… Uma mistura perigosa, mesmo sem as pílulas e a bebida que ela tomava para se esquecer do que mais lembrava. Não haveria nunca um lugar seguro nesse mundo para ela, nem quem a protegesse dela mesma.

“Sete Dias com Marilyn” é um relato real escrito por um homem que, aos 23 anos, encontrou Marilyn Monroe e deixou-se enfeitiçar por um sonho.

Ele e ela estavam em Londres. O ano era 1956. Ela era a atriz principal do filme, ele ajudava Sir Laurence Olivier que atuava e dirigia “The Prince and the Show Girl” (traduzido aqui como “O Principe Encantado”).

Colin Clark (vivido por Eddie Redmayne), inglês, com uma rica família aristocrática, filho mais novo de uma prole de superdotados, precisava provar para si mesmo, mais do que a ninguém, que ele também valia alguma coisa.

Marilyn Monroe, insegura e ignorante do próprio brilho, também tinha um problema parecido.

Quando os dois se aproximam, ele diz:

“- Sir Laurence Olivier é um grande ator que quer ser um astro de cinema. Você é uma estrela de cinema que quer ser uma grande atriz. Este filme não vai fazer bem a nenhum dos dois.”

Michelle Williams, que ganhou o Globo de Ouro e foi indicada ao Oscar pelo papel, não se parece fisicamente com Marilyn mas expressa, com talento, a fragilidade da deusa que queria ser amada como uma mulher comum, mas que não acreditava, nem um minuto, no que ela mesma dizia.

Contraditória, ambivalente e melancólica, como podia ela saber o que era o amor que tanto buscava?

Exemplarmente, o filme nos brinda com alguns momentos felizes de dois jovens belos e atraentes, em cenas idílicas no campo inglês. Na volta do passeio, ao som tristonho de Nat King Cole cantando “Autumn Leaves”, Marilyn olha, sem ver, pela janela do carro, que passa por uma floresta ao luar. Ele? Sonha.

Keneth Branagh, também indicado ao Oscar de ator coadjuvante, faz um Sir Laurence Olivier que age como um diretor tirânico e maldoso com Marilyn. Nele palpita uma inveja profunda.

Vivien Leigh (Julia Ormond), 43 anos na época e mulher de Olivier, grita quando vê Marilyn nas primeiras cenas filmadas:

“- Não sabia que ela era tão bonita! Ela brilha na tela! Espero que ela torne sua vida um inferno”, arremata chorando.

Judi Dench, que faz outra atriz do filme, resume o drama do jovem Colin:

“- Como pode ser doce o desespero  do primeiro amor…”

“Sete dias com Marilyn” é uma primavera fugaz que ela e o jovem inglês viveram, cada um à sua maneira.

Ele, certamente, nunca mais a esqueceu…

 

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