O Quarteto

“O Quarteto” - “The Quartet” Reino Unido,2012

Direção: Dustin Hoffman

Oferecimento Arezzo

 

Para quem gosta de ópera é uma delícia. Para os que apreciam boas atuações é um prazer. E para quem quer se distrair, é um bom entretenimento.

Dustin Hoffman, 75 anos, em sua primeira investida como diretor de cinema, acertou em cheio com “O Quarteto”.

Como bom ator que ele é, deixou que seus convidados fizessem o que sabem. E ele os acompanhou com a câmara que mostra que, se não são mais jovens, são ainda pessoas que valorizam a vida, apesar dos males que os afligem.

Tudo se passa em Beecham House, onde artistas são acolhidos numa bela mansão, cercada de um parque magnífico. E seus hóspedes foram (como extras no filme e na vida real no passado), cantores de ópera, de “vaudeville”, musicistas de todos os instrumentos, agora aposentados e, como quase todo artista, sem dinheiro.

Mesmo assim, são muito bem tratados pelo pessoal da jovem médica (Sheridan Smith) que administra a casa de repouso.

Dustin Hoffman vai apresentando os personagens sem pressa, passeando pelas salas da velha mansão, decorada com móveis antigos e cores brilhantes nas paredes, como os ingleses gostam e sabem fazer como ninguém.

Mas, parece que algo vai mal porque todos se entreolham quando o excêntrico Cedric (Michael Gambon) diz que, se não ensaiarem direito, o gala beneficente será um fracasso e a casa de repouso não terá outra saída senão fechar as suas portas.

Veremos que os empecilhos não são apenas de disciplina nos ensaios, porque fica claro que as vozes nem sempre conseguem alcançar a nota da partitura, alguém se esquece do que tinha de dizer, outro ainda não pode ficar porque passa mal e ruma para o hospital, para consternação geral.

A idade não ajuda os intérpretes que fizeram sucesso no passado e agora se reúnem para ouvir suas antigas gravações, relembrando a glória.

E quando chega a grande diva, interpretada por Maggie Smith, esplêndida em seus trajes elegantes, luvas e bengala encastoada em prata, há um rebuliço geral.

O ex-marido Reggie (Tom Courtenay), seu amigo conquistador Wilfred (Billy Connolly) e a companheira de turnês artísticas Cissy (Pauline Collins), a reverenciam e Jean recebe os aplausos dos outros hóspedes, quando chega na mansão, com graça. Mas está insegura e, sem ela, o quarteto do “Rigoletto” não poderá ser o “grand finale” do espetáculo de arrecadação de fundos.

A peça de teatro de Ronald Harwood deu origem a um bom roteiro escrito pelo autor e os diálogos são entremeados por músicas que todos conhecem.

O número final do quarteto emociona e nos faz lembrar que a velhice não precisa necessariamente ser um tempo de apenas recordações do passado.

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Disque M para Matar

“Disque M para Matar – Dial M for Murder”(1954) Warner – Na onda do filme “Hitchcock”, é lançado esse titulo do grande mestre do suspense no Brasil. Estrelado por Grace Kelly, Ray Milland , Anthony Dawson e John Williams. Filmado em 3D, que era ainda uma tecnologia incipiente, o filme não era uma obra de que Hitchcock se orgulhava.

O roteiro, adaptado de uma peça de teatro de Frederick Knott, pelo próprio diretor, pareceu-lhe difícil de ser filmado como cinema. A seus olhos, o filme nunca deixou de ser uma peça de teatro.

Mas estamos falando do genial Hitchcock, e o que parece ser uma obra menor, sempre é algo que chama a atenção, mesmo nos dias de hoje.

A história, que é um achado, coloca Grace Kelly no papel de uma esposa que o marido quer matar. Para isso, constrange seu melhor amigo através de chantagem e, mesmo quando tudo dá errado, a solução encontrada é surpreendente.

“Disque M para Matar” não pode deixar de ser visto por quem gosta de seguir a obra dos grandes diretores que fizeram a história do cinema.

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