Uma História Impossível

“Uma História Impossível”- “Secretariat”, Estados Unidos, 2010, NETFLIX

Direção: Randall Wallace

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Essa incrível história real começa em Denver,1969, quando o telefone soa cedo na casa dos Tweedy. Penny (Diane Lane), a mãe da família de quatro filhos, atende e seu semblante fica grave e triste:

“- Iremos essa tarde.”

A mãe dela tinha morrido na Virginia em Medows Farm, onde o pai criava cavalos de corrida. E, como o pai estava doente, vemos Penny Chenery, seu nome de solteira, tomar a decisão de sua vida.

Recusou-se a vender a fazenda e passou a administrar a propriedade. Ia e vinha entre o Colorado e a Virginia.

O marido pergunta:

“- Como você pode viver duas vidas numa só?”

Claro que ela teve que negligenciar um pouco seus filhos e marido mas ela tinha nascido para aquilo. Era bonita, charmosa e elegante mas principalmente inteligente e amante de cavalos de corrida.

Era março de 1970 quando Penny, emocionada, vê nascer o potrinho da égua Something Royal, comprada pelo pai. Intuitivamente, ela já sabia que ele seria sua paixão. Algo inexplicável acontecia entre eles e essa comunicação vai nortear a vida dos dois. Dizem que nunca se viu um potro levantar-se e ficar em suas patas tão rapidamente depois do nascimento.

O filme vai contar a história desse potrinho que se tornou o cavalo de corrida mais famoso dos Estados Unidos. E vamos ver como sua dona soube montar uma equipe de primeira. Penny, o treinador Lucien Laurin (John Malkovitch, divertido) e seu tratador Eddie Sweat (Nelson Ellis) vão levar Secretariat, o nome oficial escolhido para Big Red, como era chamado na intimidade, a desenvolver todo o potencial com que ele nasceu.

Em 1973, Secretariat tornou-se o primeiro cavalo a ganhar a Triple Crown em 25 anos. São três corridas: o Kentucky Derby, Preakness Stakes e Belmont Stakes. Essa última, a mais longa, ele venceu por inacreditáveis 31 corpos de vantagem. E ironicamente, alguns diziam que ele era um cavalo bom só para distâncias curtas.

Em uma semana, Secretariat estava na capa da Time, Newsweek e Sports Illustrated.

O filme é dos estúdios Disney e conta essa história incrível que agrada a todos, mesmo os que não entendem nada de cavalos, nem de corridas.

“Uma História Impossível” deixa a plateia embasbacada com a força e inteligência desse cavalo maravilhoso e com a equipe que conseguiu ultrapassar todas as dificuldades e ficar na história, não só dos esportes mas deixando uma lição de persistência, confiança e amor entre humanos e cavalos.

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Homem-Aranha e o Aranhaverso

“Homem-Aranha no Aranhaverso”- “Spider-Man Into the Spider-Verse”, Estados Unido, 2018

Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman

Confesso que saí do cinema meio zonza com tantas cores, reviravoltas, quedas, trambolhões. Mas o charme do Homem-Aranha continua intacto, apesar dele morrer nessa animação.

Deixaram para trás o personagem criado por Stan Leee Steve Ditko? Não. Porque o Homem-Aranha, com seu espírito de adolescente, brincalhão, imperfeito mas sempre disposto a ajudar quem precisa, está lá. Não em um mas em vários Homens-Aranhas e uma única Mulher-Aranha.

Mas vamos por partes. O Homem-Aranha morreu e o nosso herói Miles Morales não sabe que vai ser o herdeiro do título. Ele mora no Brooklyn com o pai que é um policial negro, Jefferson (Brian Tyree Henry) e a mãe que é uma latina. Ele foi sorteado e ganhou uma bolsa de estudos. Vai ter que sair da escola do bairro e entrar numa escola particular que tem um ensino mais puxado e uniformes.

Miles não está particularmente satisfeito com isso e usa de estratégias para não ser aceito. Erra todos os quesitos de um teste, o que prova que ele sabia direitinho quais eram as respostas corretas. A única coisa que o atrai nessa nova escola é a presença de Wanda, uma loirinha esperta e bela.

Miles sai com o tio Aron (Mahershala Ali), que o pai não aprova por causa de seu estilo de vida e vão fazer grafitagem num lugar escuro e proibido do metrô.

Lá aparece uma minúscula aranha radioativa e pica Miles, que não se importa nada com isso.

Só que na escola ele começa a perceber que está mudado. O que seria aquilo em suas mãos que gruda em tudo? Até no cabelo de Wanda, para a aflição dos dois?

Bem. Miles vai precisar ser preparado para se tornar o Homem-Aranha. E quando o Rei do Crime aciona uma máquina que cria um portal para outros universos, Miles vai encontrar um mentor, o próprio Homem-Aranha, numa versão alternativa, mais velho, deprimido, menos musculoso e com um pouco de barriga, Peter B. Parker (Jake Johnson).

Junto com essa versão virão outros, de outros mundos, como a Spider-Gwen (Hailee Seinfeld), Aranha-Noir (Nicolas Cage), Peni Parker (Kimiko Glenn) e Peter-Porker, o Porco-Aranha (John Mulaney). Todos juntos vão encarar o Rei do Crime e a malvada Olivia Octavus e arrumar os universos de novo, cada um com seu Aranha.

A mensagem mais importante do filme é a de que ninguém nasce feito e até quem tem superpoderes tem que crescer, aprender e amadurecer. Como qualquer outro ser humano.

Miles Morales, um garoto carismático, diz para a plateia : “Qualquer um pode usar a máscara!”

Ou seja, como está escrito no fim do filme na tela: “Quem ajudar o outro sem ter essa obrigação, é o verdadeiro herói.”

Não foi à toa, que essa animação já ganhou o Globo de Ouro e o Critic’s Choice Award e está na lista dos indicados a melhor animação no Oscar 2019.

Merecidos prêmios por sua originalidade e a arte com que são feitos os desenhos. Uma viagem lisérgica!

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