O Peso do Passado

“O Peso do Passado” - “Destroyer”, Estados Unidos, 2018

Direção: Karyn Kusama

Oferecimento Arezzo

Os olhos verdes de uma mulher, com grandes olheiras e sem brilho, nos contam, desde o início, que ela passou por algo terrível, que a marcou para sempre. Andando ela parece um robô. Muito magra e pálida, mal consegue se manter em pé. Estará bêbada?

Os policiais numa cena de crime, um homem assassinado, pedem que ela se vá:

“- Detetive Bell, você precisa descansar…”

Na nuca do morto três pontos tatuados, um revólver vermelho ao lado e notas de dólares manchadas de tinta roxa:

“- Não há testemunhas.”

A detetive Erin Bell aceita o pedido dos colegas para se retirar e sai murmurando para si mesma:

“- Se eles soubessem que eu sei quem foi o assassino…”

Quando começam os flashbacks entendemos que ela, 20 anos atrás, infiltrou-se numa gangue metida com drogas com um outro policial, sua dupla Cris (Sebastian Stan). Os elementos do grupo eram chefiados por um cara mau e sádico, chamado Silas (Toby Kebbel).

E houve um assalto a banco mal sucedido.

Entendemos também que ela luta para salvar sua filha Shelby (Jade Petitjohn) de uma vida de drogas e de uma relação com um homem bem mais velho e mau caráter.

Nicole Kidman, uma das melhores atrizes de sua geração, mostra em “O Peso do Passado – Destroyer” o quanto é talentosa. Faz a mulher desesperançada e autodestrutiva, revoltada contra tudo e todos, com um toque ainda do poder de sedução perdido e uma beleza da qual sobraram os restos.

Uma vida em frangalhos. Mas com uma ideia fixa e obsessiva na cabeça. Ela é movida a vingança.

A própria Nicole Kidman faz a Erin Bell na juventude e está bela e sexy nas imagens da jovem policial infiltrada na gangue, que atrai os olhares masculinos.

Se a maquiagem ajudou ou é o talento que faz essa magia de poder tanto ser uma mocinha quanto uma mulher gasta pela vida, aposto no talento dela. Não há maquiagem que faça os olhos brilharem num momento e no outro parecerem sem brilho, vazios, mortos.

O filme vale pela atuação dessa estrela que brilha sempre.

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Amor a Toda Prova

“Amor a Toda Prova” - “Crazy Stupid Love”, Estados Unidos, 2011- NETFLIX

Direção: Glenn Ficarra e John Requa

Ah! O amor. Que seja infinito enquanto dure, já disse o poeta.

Mas Emily encontrou um péssimo momento para pedir o divórcio. Foi na mesa do restaurante, na hora da sobremesa, que tudo explodiu dentro dela.

Na volta, dirigindo, soltou a última bomba. Contou que transou com o cara do escritório. Assustadíssima, ela vê o marido se lançar para fora do carro em movimento. Mas Cal não machucou o corpo porque o coração já estava  estraçalhado.

Ele passa a frequentar bares para beber toda a sua infelicidade de homem separado que odeia e ama a mulher que ele escolheu para a vida toda. E vai parar naquele bar em que Jacob, bonitão de fala mansa, escolhe aquela que ele quer e não escapa nenhuma. Todas acabam a noite com ele.

Menos certa noite na qual ele, todo confiante, leva o fora de uma linda quase advogada. Perde o rumo? Quase. Mas vai se consolar com as outras.

E Cal vai ter a péssima ideia de concordar em tornar-se aluno de Jacob na arte da sedução, já que ele faz sempre tudo errado.

Primeiro ele precisa aprender a se vestir com classe, mostra Jacob, que escolhe um novo guarda roupa para Cal. Depois é hora de acompanhar Jacob em suas noites no bar para aprender o que não deve dizer. Só então ele tem a permissão de paquerar uma garota e sair com ela.

E por aí vai essa comédia bem escrita por Dan Fogelman e com um elenco de primeira: Ryan Gosling, Steve Carell, Julianne Moore, Emma Stone, Marisa Tomei e Kevin Bacon.

Sem esquecer da dupla adolescente, Robbie (Jonah Bobo) de 13 anos que é apaixonado por Jessica (Analeigh Tipton) de 17, que vive um amor atrapalhado.

E o tema do amor e seus encontros e desencontros é sempre uma delícia de ver.

Ainda, quase todo mundo tem a fantasia romântica de querer se apaixonar de novo depois de um casamento longo. Mas uma coisa é sonhar. Outra muito diferente é viver isso na vida real.

O filme tem um “timing” perfeito, o que é importante nas histórias com muitos personagens e os atores não deixam ninguém se entediar.

“Amor a Toda Prova” não é mais uma comédia romântica bobinha. Os homens também vão rir e quem sabe não vão se identificar com algo dos personagens masculinos que são as estrelas principais do filme?

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