Garota, Interrompida
“Garota, Interrompida” - “Girl, Interrupted”, Estados Unidos, 1999
Direção: James Mangold
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Uma garota pergunta:
“- Você já confundiu um sonho com a realidade? Já se sentiu triste? Já achou que o trem andou e estava parado? Vai ver sou louca mesmo. Ou então são os anos 60…”
Susanna Kaysen, aos 18 anos, interpretada por Winona Ryder, existiu realmente e conta sua história no livro bestseller que foi adaptado para o cinema.
Ela tomou uma garrafa de vodca e um vidro de aspirinas para acabar com uma dor de cabeça e foi parar no hospital. Mas, naqueles dias, se você fosse como Susanna e tentasse o suicídio, nada de bom viria a seguir.
Ela foi mandada para a clínica psiquiátrica Claymoore e lá ficou por quase dois anos. Foi a única de sua classe de “high school” que não entrou numa universidade.
“- Você está magoando todos que a amam”, diz o amigo do pai, psiquiatra. E ela é posta num táxi que a leva para o lugar de “descanso”.
Lá ela vai conhecer as garotas com quem vai conviver. E vai se aproximar de Lisa Rowe (Angelina Jolie), a encrenqueira sexy e desbocada que a polícia traz de volta para a clínica, cada vez que ela foge. Esse papel fez de Angelina Jolie uma “star” que ganhou o Oscar de melhor atriz coadjuvante daquele ano.
Susanna fica fascinada com o jeito livre e manipulador de Lisa, que era sempre a pessoa mais notada no lugar onde estivesse.
Cada uma das internadas tinha uma história de sofrimento que Susanna vai conhecendo aos poucos. E isso ajuda a não dar muita importância aos “rótulos”. O dela era “Transtorno de Personalidade Borderline”.
Susanna queria ser escritora e a experiência na clínica foi importante para que conhecesse outras garotas problemáticas. Isso permitiu que ela se perguntasse se era realmente uma “borderline” ou se era só alguém que queria viver em liberdade.
Remédios, claro e terapia com a dra Wick (Vanessa Redgrave) vão permitindo a Susanna amadurecer e parar de desperdiçar sua vida com falsas ideias sobre o que era bom para ela. Ela percebe que se maltratava.
No filme, destaque para a enfermeira interpretada por Woopi Goldberg, maternal e firme, que acolhia os surtos e os destemperos das garotas.
Afinal, Susanna se lembra com carinho desse tempo e conta que nos anos 70 quase todas que conhecera na clínica já tinham dado um rumo às suas vidas.
O filme é interessante porque mostra os anos 60 como aqueles que mudaram a mentalidade fechada das pessoas e, ao mesmo tempo, ensinaram limites a quem quisesse viver tudo muito intensamente e sem reflexão.
Vale a pena ver.