Aladdim

“Aladdim”- Idem, Estados Unidos, 2019

Direção: Guy Ritchie

Oferecimento Arezzo

Tudo começa e acaba num barco com velas vermelhas.

O pai de duas crianças pede que se sentem no tombadilho porque ele vai contar uma história:

“- Aladdin e a lâmpada mágica!”

E entramos nessa história vendo balões subindo ao céu. O palácio do Sultão reluzindo ao luar. No terraço uma princesa, Jasmine (Naomi Scott), está com seu tigre de estimação.

Vemos de relance uma caverna cuja entrada é a boca de um leão.

Amanhece na cidade abaixo do palácio. O mercado, os vendedores, tudo é muito colorido e gritado. Um rapaz com um macaquinho (Mena Massoud), aparece. Ele é Aladdin, bonito, vestido com roupas simples.

De repente, uma balburdia. Guardas correm atrás de um ladrão. Ele foge derrubando muita coisa pelo caminho. Ágil, usa os telhados  para pular de casa em casa.

Jasmine, que também está no mercado, disfarçada, fazendo-se passar por sua criada, percebe que uma pulseira sumiu.

Um detalhe. Tudo isso é cantado e coreografado. Bem Bollywood, a meca do cinema indiano, onde sempre há música e dança.

O ritmo do filme é frenético e os cantores são ótimos.

Falta aparecer o malvado da história que é Jafar, o Vizir do Sultão, com seu cetro de cobra naja que hipnotiza as pessoas. Tem más intenções.

É a história de Aladdin e a lâmpada mágica. Quem a esfrega faz aparecer o Gênio (Will Smith), o personagem mais engraçado. Ele é falastrão, deixa todo mundo tonto mas fica amigo de Aladdin e vai ajudá-lo a conquistar a princesa.

Em tempos de empoderamento feminino, Jasmine é uma princesa com ideias políticas e quer governar para o bem de seu país e seu povo.

Não vi a animação que agora virou filme mas achei esse “Aladdin” bem divertido e de encher os olhos com os figurinos, as coreografias, as músicas. Um pouco estonteante demais até.

A Disney sempre faz filmes que o público adora e a crítica nem tanto.  Esse “Alladin” é campeão de bilheteria com certeza.

Ler Mais

A Livraria

“A Livraria”-“The Bookshop”, Espanha, Reino Unido, Alemanha, 2017

Direção: Isabel Coixet

Quase todos nós temos um sonho, às vezes secreto. É sempre um projeto caro ao coração. E uma coisa é preciso então. Coragem e determinação para realizá-lo. É o que vamos ver nesse filme encantador que se passa na Inglaterra no fim dos anos 50.

Florence Green (Emily Mortimer) estava viúva. O casamento fora uma época feliz em sua vida. O marido e ela se amavam e tinham os mesmos interesses. Os dois adoravam livros e ele lia toda noite para ela. Mas veio a guerra e ele se foi.

Quando decidiu mudar para uma pequena comunidade inglêsa numa ilha, resolveu realizar um velho sonho. Vai abrir ali uma livraria.

Apesar dos percalços e encrencas com o banco local, Florence consegue comprar a Velha Casa. Reparos a fazer não assustam e ela instala a livraria no térreo e vai morar no segundo andar.

Christine, uma menina ruiva e esperta, vem ajudá-la e se tornam muito próximas.

Outro habitante da ilha era o senhor Brundish (Bill Nighy, excelente), que morava numa bela casa em uma colina. Era o único que também adorava livros. Ele foi o primeiro cliente de Florence. Mas, não saia de casa, a não ser para passeios pela ilha, sempre só. Lendas sobre ele e sua misantropia e a morte da esposa na lua de mel, corriam na vila de boca em boca.

Florence também vai conhecer o General Bruno Gamart e sua esposa Violet (Patricia Clarkson) que tentarão impedir seu sonho. Cobiçavam a Velha Casa para ali instalar um centro de artes.

Acompanhamos Florence em seus passeios pela ilha e a câmera de Isabel Coixet, diretora catalã inspirada, 59 anos, faz a natureza ter um papel importante nesse filme, no qual vemos uma paleta de cores delicadas. O mar, o bosque, as nuvens, são elementos que ajudam as reflexões de Florence.

Os personagens são muito bem desenhados em suas peculiaridades, na adaptação do livro de Penelope Fitzgerald pela diretora. O detalhe aqui é tão importante quanto a cena toda que está na tela. Isabel Coixet convida o espectador a partilhar momentos de intensa humanidade, seja tanto em seus bons quanto em seus maus aspectos.

“A Livraria” é um filme para quem gosta de livros e de sentimento delicados.

Ler Mais