Atentado ao Hotel Taj Mahal

“Atentado ao Hotel Taj Mahal”- “Hotel Mumbai “, Austrália, Índia, Estados Unidos

Direção: Anthony Maras

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A Índia conseguiu sua independência da Inglaterra em 15 de agosto de 1947 mas um alto preço em vidas foi cobrado por decisões geopolíticas erradas. Hindus e muçulmanos que conviviam no país foram obrigados a habitar países diferentes devido à partição do território em dois, Índia para os hindus e Paquistão para os muçulmanos. Muito depois surgiria a outra divisão que criou Bangladesh.

Um banho de sangue marcou a data e ainda não parou de jorrar. Nunca mais houve paz nessa região. O filme “Hotel Mumbai” é um triste exemplo.

Começa mostrando um barquinho com os 10 jovens muçulmanos a bordo chegando à terra, a cidade de Mumbai em 26 de novembro de 2008.

Ainda no barco um celular tocara e o líder Bull dera instruções aos rapazes que levavam metralhadoras e granadas em suas mochilas.

Vários pontos de Mumbai foram atacados mas o filme se concentra na invasão do hotel, que foi inaugurado em 16 de dezembro de 1903, e que é um patrimônio da cidade, tendo o Portal da Índia, monumento histórico, à sua frente.

O roteiro baseou-se no documentário “Surviving Mumbai” e foi escrito pelo diretor Anthony Maras e John Collee.

Os rapazes paquistaneses eram membros da milícia islâmica Lashkar-e-Taiba. Sentimentos de ódio aos indianos, ficam claros já no começo do filme, quando o líder fala pelo celular para todos ouvirem:

“- Irmãos! Olhem o que eles roubaram de nós!”

Ao fundo, o perfil da cidade que brilha ao sol.

Assim, quando a invasão do Taj Mahal começa, os primeiros alvos dos quatro terroristas, que entraram em meio à confusão promovida pelos outros ataques, são os indianos e depois os ocidentais ricos cujas mortes chamariam a atenção do mundo inteiro.

Acompanhamos a noite de terror e pânico do casal David (Armie Hammer) e sua mulher Zhara (Nazanin Boniadi), indiana muçulmana, com seu bebê de colo e a babá (Tilda Cobhan-Harvey).

Os funcionários do hotel protegeram os hóspedes e foram os mais perseguidos pela fúria das metralhadoras, atirando sem parar. O garçom Sikk, Arjun (Dev Patel), que usa turbante por causa de sua religião e o Chefe da cozinha Hermant Oberoi (Anupam Kher), um personagem real, foram verdadeiros heróis.

Ao final, com quase 100 mortos e muitos feridos, ficamos emocionados ao saber que a metade dos mortos era de funcionários do hotel que fizeram de tudo para salvar os hóspedes, à custa de suas próprias vidas.

E mantiveram a tradição do Taj Mahal, através do Chefe Oberoi, que abriu um dos restaurantes em três semanas. A restauração do hotel levou 21 meses e continua sendo um cartão postal de Mumbai.

Um filme violento, com muito suspense e que conta uma história que aconteceu de verdade por causa de uma vingança que marcou a vida dos dois povos, hindus e muçulmanos. O Mahatma Gandhi muito lutou para que vivessem juntos e em paz na Mãe Índia. Em vão. Venceu o ódio.

 

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Homem-Aranha: Longe de Casa

“Homem-Aranha: Longe de Casa”- “Spider-Man: Far From Home”, Estados Unidos, 2019

Direção: Jon Watts

Já começo com um aviso. Não percam o trecho final do filme, com duas cenas no meio dos créditos finais. Sabe aquela hora que todo mundo se levanta no escuro? Vale esperar.

E talvez quem não está a par da saga dos “Avengers (“Vingadores”) precise saber que os super-heróis mostrados na homenagem do jornal de TV, no início do filme, morreram no último episódio. Mas não importa. A história é sobre o Homem-Aranha.

Dito isso, o garoto Peter Parker está querendo tirar umas férias com seus colegas de classe. Quer fazer uma viagem à Europa sem ter que correr para enfrentar um malfeitor.

Sabemos que ele era um menino normal que, de repente, picado pela aranha do laboratório, se vê com superpoderes. No começo ele estava ansioso para usar a roupa que o Iron Man (Homem de Ferro), Tony Starks, tinha dado para ele, como seu mentor. Com Starks também morto, quem protege agora o Aranha é Happy (Jon Favreau), que parece ter um caso com a Tia May (Marisa Tomei), com quem Peter mora.

Essas férias seriam por conta do medo das responsabilidades pesadas demais para um jovem de 16 anos? Pode ser. Mas pode ser também que a culpada por essa atitude do Aranha e que faz de conta que não sabe de nada, seja MJ, na pele de Zandaya (capa da Vogue americana de junho).

Já no avião, surge um par inesperado. Ned (Jacob Batalon) se encanta com a lourinha e o Aranha só de olho na mocinha que ele quer conquistar, com jeito de brava.

Seu plano romântico é declarar-se no alto da Torre Eiffel, em Paris.

Mas os projetos do coração encontram um obstáculo já na primeira parada do avião, Veneza.

Eis que aparece Nick Fury (Samuel L. Jackson) que conta ao Aranha sobre criaturas terríveis, os Elementais, que estão destruindo várias cidades pelo mundo. Em Veneza, quem enfrentara a criatura e venceu, fora o recém chegado de outra dimensão, Quentin Beck (Jack Gyllenhaal). Chamado de Mystério pelos italianos, vestido com capa e armadura, caiu nas graças de Nick Fury que pede que o Aranha o ajude.

Tom Holland, 23 anos, está sempre muito bem como o Homem-Aranha. Magrinho, mas com músculos delineados, ele parte para encarar suas responsabilidades de salvar o mundo de perigos mas não quer que seus colegas de classe descubram quem ele é.

Ned já sabe e, dessa vez, mais gente vai ficar sabendo do seu segredo.

Os efeitos especiais são perfeitos e as lutas são aquelas de sempre. Visualmente atraentes a briga com os drones e a cena do pouso do avião no campo de papoulas.

“Homem-Aranha: Longe de Casa” vai agradar quem é fã e também quem não gosta muito do gênero. Porque esse filme da Marvel tem um belo roteiro com reviravoltas, fugas estratégicas, humor e romance. O melhor filme do Homem-Aranha? Tem gente achando que sim.

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