The Royal House of Windsor – A Casa Real de Windsor

“A Casa Real de Windsor”- “The Royal House of Windsor “, Inglaterra, 2017

Direção: Canal 4 Televisão Londres

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Esse documentário foi realizado pela televisão britânica Canal 4 para comemorar os 100 anos da dinastia real de Windsor. Vai mostrar os protagonistas de uma história de sobrevivência e comemorar aquela que é considerada a melhor governante dessa dinastia, Elizabeth II, que é também a rainha que teve o reinado mais longo.

O mais interessante é que vamos ver fotos, filmes e cartas privadas da família real, arquivadas no castelo de Windsor e mostradas pela primeira vez ao público.

Nem todo mundo sabe que foi o rei George V, em 1917, quem mudou o nome da família Saxe-Coburgo-Gotha, que soava alemão demais, para Windsor.

A Primeira Guerra trouxera à tona um preconceito contra a Alemanha e embora fossem todos descendentes da rainha Victória, cuja mãe e marido eram alemães, a família achou conveniente essa mudança de nome. Soava mais inglês.

Aprendemos com isso que a marca registrada dos Windsor é a própria sobrevivência, custe o que custar.

E o documentário parece sugerir que, embora totalmente diferente da mãe, ligada à tradição e ao solene, Charles, seu primogênito, teria condições de sentar no trono e reformular a posição da monarquia na Inglaterra e assim fazer com que a dinastia sobreviva.

Aliás Charles conseguiu algo que seu tio, o Duque de Windsor, não alcançou. Assim, o rei Edward VIII teve que abdicar do trono para se casar com a americana Wallys Simpson, duas vezes divorciada e viver no exílio, na França.

Quanto a Charles, todos sabemos que seu casamento com Diana Spencer foi tumultuado. A “Rainha dos Corações”, como ela dizia que gostaria de ser lembrada, divorciou-se de Charles, que parece que nunca teria esquecido de Camilla Parker-Bowles, sua namorada da juventude.

O documentário parece querer mostrar Charles, em suas qualidades, e mesmo nos pontos em que discorda da rainha, preparando dessa forma o Príncipe de Gales e sua mulher para o trono. Apesar da popularidade indiscutível de Lady Di e do fato dela ser mãe do Príncipe William, que poderá no futuro ser rei da Inglaterra, a família não a tem entre os seus, lembrando o modo como trataram o Duque de Windsor depois da abdicação. Parece que a Rainha Elizabeth II desaprova não tanto os divórcios como a popularidade dessas duas figuras rebeldes.

Em todo caso, a série é interessante no modo como conta a história da dinastia, nos filmes antigos, fotos e cartas lidas pelo narrador.

Há sem dúvida, uma aura em torno a todas as figuras da família, tanto os bem comportados quanto os outros.

Merece ser visto.

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Os Últimos Czares

“Os Últimos Czares”- “The Last Czars”, Reino Unido, 2009

Direção: Adrian McDowall e Gareth Tunley

A dinastia dos Romanov reinou na Rússia por 300 anos. O último deles, Nicolau II, viveu uma tragédia. Ele e sua família, a czarina Alexandra I, quatro filhas e o pequeno czar foram assassinados, com tiros a sangue frio por bolcheviques que os tinham prisioneiros desde que tomaram o poder na Revolução de 1917.

“Anastasia”, o nome de uma das princesas, criou uma lenda em torno a ela quando apareceu em Berlim em 1924, dizendo que havia conseguido escapar da matança. Ela aguçou a curiosidade do mundo pelos russos e a família imperial. Livros e filmes se inspiraram nessa história que envolvia ambição e teatralidade.

Esse documentário, um megadoc, que a Netflix apresenta, foi criado pelos estúdios Nutopia, que mistura entendidos em história da Rússia, que narram e explicam os fatos, ilustrados por cenas com ótimos atores (Robert Jack, Susanna Herbert e Ben Cartwright) e alguns trechos de filmes da época. Narra com dramaticidade a história do reinado de Nicolau II, o último czar, desde sua coroação em 1894 até sua morte em 1918.

Contar o que aconteceu na Rússia nessa época é uma tarefa ambiciosa e nem sempre de fácil compreensão. Foi um momento importante na História do mundo. Abalou as monarquias europeias e criou a União Soviética.

O formato de “Os últimos Czares” é interessante e o roteiro é bem formulado. Os historiadores que comentam os fatos são liderados por Simon Sebag Montefiore, autor de “Os Romanov (1613-1918) ”.

São seis capítulos de uma hora que mostram o que aconteceu. É claro que vai haver sempre alguém apontando que não era bem assim mas, em seu todo, o megadoc dá conta do recado.

Nicolau II, Nicky como o chamavam na intimidade, era apaixonado por sua mulher, Alexandra I, que era alemã. Ela lhe deu cinco filhos. O último, um menino, seria o herdeiro do trono. Porém, infelizmente, o menino era hemofílico, um segredo partilhado por poucos, que o fragilizava porque qualquer tombo ou arranhão fazia com que perdesse muito sangue. E sua vida poderia ser curta.

A czarina era devota de um monge siberiano que diziam ser milagroso. Grigori Rasputin era um homem assustador. Corriam lendas sobre sua sexulidade ávida e sua ambição de poder. Mas não parece ser correto dizer que que teve um caso com a imperatriz. Ela precisava dele porque conseguia estancar os sangramentos do pequeno czar e aconselhava Alexandra, que tinha um marido bem intencionado mas alheio ao mundo fora do palácio. Seu governo era incompetente e o povo estava já muito sofrido com as guerras, que dificultavam a produção de alimentos e sacrificavam os camponeses.

A produção de arte é luxuosa, os cenários bem escolhidos, figurinos lindos e uma boa reprodução da época.

“Os Últimos Czares” vai prender sua atenção. Você vai se encantar com o visual e aprender sobre um episódio marcante da História.

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