Brick

“Brick”- Idem, Alemanha, 2025

Direção: Philip Koch

Oferecimento Arezzo

Cansada de ver muitos filmes sem atrativos, aceitei dar uma chance a “Brick”. Não me arrependi. Não é nenhuma obra de arte mas me fez lembrar de Bunuel e seu “Anjo Exterminador” de 1962.

O roteiro começa com um casal discutindo se iriam ou não largar tudo e recomeçar a vida em Paris. O marido diz que não é hora de mudar tudo tão precipitadamente, enquanto a mulher não concorda mas aceita, à contra gosto. Ela tinha até já se despedido do emprego.

E o filme toma um rumo que poderia ser visto como o de Bunuel ou sem metáforas. Vai depender de seu grau de apego à realidade ou se você curte mistério e ficção científica. E metáforas psicológicas. Há várias maneiras de ver o filme.

O casal vai acordar no dia seguinte com uma surpresa desagradável, até mesmo assustadora. Portas e janelas que dão para o exterior do prédio onde moram estão barrados por um muro de um material estranho e resistente. Não existe saída. Depois de algumas tentativas mal sucedidas para destruir os tijolos negros, resolvem procurar outro tipo de solução. Vizinhos aparecem de buracos abertos nas paredes internas.

O filme segue nessa toada dependendo da inteligência e da capacidade de resolver enigmas dos personagens.

Claustrofobia, desespero, amor e ódio entre eles fazem daquele grupo de seis pessoas um pequeno mundo fechado. A sobrevivência está em jogo e a solução parece um jogo da morte.

“Brick” não é inesquecível mas é original. Vale a pena ver o filme e seguir essa procura de saída de um problema de difícil solução.

Viver não é fácil.

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A Encantadora de Tubarões

“A Encantadora de Tubarões”- “Shark Whisperer”, 2025, Estados Unidos

Direção: JP Stilles

O mar azul transparente é o cenário de um encontro que amedrontaria a maioria das pessoas. Mas Ocean Ramsey, uma bela loura parece à vontade entre aqueles tubarões enormes.

Ela é conservacionista marinha, mergulhadora e ativista da causa dos tubarões. Nada todo dia com eles para mostrar às pessoas que tubarões não são monstros. Ocean já tinha sido atacada sem maiores consequências e queria compreender o comportamento desses ”terrores” dos mares.

Ela aprendera muito sobre esses animais e tinha uma enorme empatia por eles .Conversando com o fotografo Juan Oliphant, ela confessa que prefere a companhia dos animais em seu meio ambiente do que a companhia dos seres humanos.

Oliphant está apaixonado desde o primeiro dia que a conheceu e vai com ela para o mar profundo fotografar a moça corajosa em sua coreografia perigosa. Os dois compartilham a curiosidade e o  fascínio que esses enormes gigantes do mar exercem sobre eles.

As fotos saem incríveis. Todo mundo no Havaí fala sobre Ocean. Uns a criticam: ”Ela é exibicionista”. Outros a admiram.

O documentário da Netflix toma o partido dos tubarões. São vítimas de uma matança insensata. Seja porque os restaurantes fazem pratos com pedaços desses animais, seja porque são temidos. Na verdade esquecem-se do papel que os tubarões exercem no equilíbrio do meio ambiente marinho.

Ocean e Juan tem muito em comum. Ela diz para a câmera: “Ele é a única pessoa que me entende”.

Quem assiste a esse documentário sai diferente. Sai mais próximo de um perigo real mas passa a compreender que não é a matança dos tubarões que vai salvar o mar de um perigo de extinção de uma espécie que precisa ser compreendida.

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