Como água para chocolate

“Como água para chocolate”- Idem, México,1992

Direção: Alfonso Arau

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Em Rio Grande, México, 1895, passa-se a história de um grande amor contrariado. Por causa de uma tradição familiar que dura há séculos, Tita, a caçula, não poderá casar-se. Terá que cuidar de sua mãe viúva até sua morte.

Mas no coração daquela menina obediente, nasce um sentimento que ela não pode negar. Pedro corresponde a essa atração.

O que fazer? E Tita, quando o pai de Pedro a pede em casamento, vê sua mãe negar, por causa da tradição. Para que esse amor tão grande possa viver, Pedro tem uma ideia. Casar-se com Rosaura , irmã alguns anos mais velha que Tita. Assim os dois amantes estariam sempre juntos.

Tita não saia da cozinha e seu talento e amor eram elogiados por todos que provavam de sua comida.

Mas no dia do casamento da irmã, estranhamente, todos passaram mal. Tita comunicara, sem querer, o mal que estava sentindo quando cozinhava naquele dia.

Quando Rosaura finalmente teve um bebê, ele chorava sem parar. Recusava o peito da mãe e só se aquietava quando era amamentado, às escondidas, por Tita.

E quando Pedro e Rosaura se mudam da casa grande, uma notícia terrível chega em meio às lágrimas da criada. O bebê morrera. Não aceitava o leite da mãe.

Passam-se os dias e o médico vem ver Tita que não falava mais. Emudecera.

Mas, com a morte da mãe, Tita liberta-se da tradição familiar e pode, finalmente, viver o seu amor por Pedro. Há porém um preço a pagar.

No filme, em uma bela e trágica cena final, o fogo toma conta de tudo.

Mexicanos gostam de tragédia. E essa saga de uma família de mulheres é comovente. Fala da proibição do amor que se expressa livremente.

Tita carrega em si uma necessidade de comunicar o que estava vivendo e uma revolta enorme porque não pode ir contra uma proibição.

Dores de amor proibido são difíceis de suportar.

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Uma batalha após a outra

“Uma batalha após a outra”- “One Batle after Another”, Estados Unidos, 2025

Direção: Paul Thomas Anderson

No começo é uma guerra. Jovens latinos gritando, pulando muros, agressivos, fugindo da polícia.

O que querem eles? Não levam bandeiras mas a língua que falam os denunciam. Querem liberdade para outros como eles, presos injustamente.

Leonardo DiCaprio vive um ex- revolucionário que, depois de tudo que lutou, tem outra batalha pela frente. Quer sua filha vivendo em paz.

O que move o personagem Bob, no início, é a droga e a agressividade. Mas quando nasce sua filha, ele muda. A menina Willa (Chase Infiniti) vai crescer com o pai, que a cerca com um amor protetor e paranoico. Aos 16 anos, a filha de Bob trilha o mesmo caminho da mãe. Outra batalha se inicia.

E o inimigo agora é o cruel e ridículo Coronel Steven Lockjaw, que odeia a todos, e é o extremo da raiva racista.

Seann Penn encarna o militar que lembra um tirano obcecado, numa interpretação magnífica. Ele marcha, não anda. Willa mexe com ele. Há uma trama familiar de relações complicadas e não vividas.

A trilha sonora é perfeita. Como se fosse um outro personagem, pontua com a música os amores e humores. Mas, principalmente, o perigo que todos correm.

Paul Thomas Anderson, diretor de filmes famosos como “Magnólia”, “O Mestre”, “Sangue Negro”, dirige e escreve o roteiro de “Uma Batalha após a outra”.

Aqui ele acerta ao fazer uma crítica ao ser humano que se joga nos extremos e sofre com as consequências sem pensar.

O filme já está sendo falado como digno de um Oscar tanto pelo roteiro e direção como pelas interpretações impecáveis.

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