Legítimo Rei

“Legítimo Rei “, “Outlaw King”, Reino Unido, Estados Unidos, 2018

Direção: David Mackenzie

A bela Escócia das “Highlands”, as montanhas verdes no verão, com riachos e arco-íris depois da chuva, é o cenário desse filme que conta a história de Primeira Guerra pela Independência, no século XIV.

Tudo começa com uma derrota.

Robert de Bruce (Chris Pine) e os lordes da Escócia se rendem ao Rei Eduardo I da Inglaterra (Stephen Dillane), a contragosto. Era a única saída. O exército inglês era poderoso, com muitos soldados bem armados enquanto que o escocês era quase inexistente.

Robert de Bruce volta às suas terras. Ele, viúvo, casa-se com Elizabeth de Bursh (Florence Pugh, ótima atriz) que se mostra à altura do que era esperado dela, muito mais jovem do que o marido. Alinhou-se ao lado de Robert e ajudou a criar sua filha (Rebbeca Rubin). Será a Rainha da Escócia depois de muitas provações.

São momentos românticos e leves num castelo austero e sem luxos mas mostrando um par em sintonia amorosa.

Um breve hiato, pois quando o mártir da Independência,  William Wallace, é morto e esquartejado pelos ingleses e tem seu corpo, em pedaços, espalhado pelas aldeias da Escócia para amedrontar o povo e seus líderes, acontece o que não se esperava. Há uma revolta enorme.

Isso vai fazer com que Robert de Bruce possa unir os clãs para lutar pela liberdade e tornar-se o Rei dos Scots, Robert I.

Mesmo que para isso tenha que haver um assassinato, cometido pelo próprio aspirante a rei.

O forte do filme de David Mackenzie, além das excelentes interpretações, está nos campos de batalhas. A força e a fúria dos homens que dão sua vida por essa causa, impressiona. Homens a pé enfrentam a cavalaria inglesa, ensanguentados e enlameados, valentes no corpo a corpo, numa luta feroz com punhos, espadas, facas e lanças.

O Rei está ao lado de seus soldados, lutando com eles. Exclama:

“- Eu sou o Rei dos escoceses e não Rei dessas terras.”

Não o movia a ambição de riquezas mas o ideal de liberdade, de um povo que queria comandar o seu destino, governado por um igual a eles. Estavam fartos de ter que pagar impostos aos ingleses.

Quem assistiu ao famoso “Coração Valente” de Mel Gibson, aqui verá uma outra história, a verdadeira, historicamente falando, do Rei Robert I, que encarnou um ideal que até hoje empolga boa parte do povo escocês, a liberdade de seu país, ainda unido à Inglaterra.

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