Estaremos Sempre Juntos

“Estaremos sempre juntos”- “Nous Finirons Ensemble”, França, Bélgica, 2019

Direção: Guillaume Canet

Em 2010, o filme “Les petits mouchoirs – Até a Eternidade”, fez muito sucesso na França. O diretor Guillaume Canet, reuniu novamente os mesmos atores e fez uma sequência. Mas não é necessário ter visto o primeiro para entender o segundo.

O grupo de amigos que perdera um deles naquelas últimas férias, ainda se lembra com saudades de Ludo (Jean Dujardin). Tudo no primeiro filme gira em torno ao fato de que ele está no hospital morrendo e os amigos na praia se culpando por não estarem em Paris com ele.

E Ludo aparece como um relâmpago no fim desse segundo filme. Não como um fantasma mas uma imagem sorridente. É como os amigos vão se lembrar sempre dele. Uma ausência sentida.

Mas a vida segue e o ambiente mudou. Max (François Cluzet), dono da gostosa casa de praia em Cap Ferret, faz três anos que não vê os amigos. Nem pensa neles. Vemos ele chegar de taxi na casa da praia, semblante preocupado.

Abre as persianas, areja um pouco a casa e se deita. Para acordar, suando, de um terrível pesadelo. Ele está vivendo uma grave crise e logo vamos saber do que se trata.

Em poucos dias será seu aniversário de 60 anos, mas ele não está nem um pouco preocupado com isso. A crise não é por causa da idade. É financeira. Perdeu tudo. Até já vendeu seu restaurante.

Para seu horror, ouve um barulho lá fora e lá estão os amigos para uma festa surpresa. Desastre. Entre eles está Sabine, sua atual namorada, que leva uma bronca:

“- Como você faz isso comigo? ”

“- Não fui eu! Nem sei como eles me acharam. Pensei que você iria ficar alegre…”

E Max fica ainda mais estressado quando aparece o corretor de imóveis querendo colocar placas e agendar visitas de interessados pela casa.

Max vai ter que se abrir com os amigos. Terão que sair da casa.

É encontrada uma solução, já que Eric (Gilles Lellouche) é ator famoso e consegue alugar uma outra para eles.

Depois das distribuições de quartos, eles bebem muito, riem alto, dançam. Querem assustar o peso da situação. A babá da bebê, filha de Eric, está escandalizada. Toda hora diz que vai embora.

Marie (Marion Cotillard, mulher do diretor na vida real), a que mais sente a falta de Ludo, trouxe seu filho com ela, mas não parece muito ocupada com o papel de mãe.

Vincent (Benoit Magimel), o único gay do grupo, veio com seu namorado novo, o coreógrafo Alex (Mikael Wattincourt), mas dá em cima da ex, Isabelle (Pascale Arbilot).

Max está se divorciando de Vero (Valérie Bonneton) mas ela também não sabia da venda da casa e fica furiosa, quando chega com uma amiga.

Assim, entre tapas e beijos, saltos de paraquedas e um susto de Marie com o filho, além de uma tentativa de suicídio, a semana de férias vai terminando.

Ninguém falou de política, imigrantes, greves ou “gilets jaunes”. Mas apesar do luto, o clima estava mais leve no primeiro filme.

São certamente culpados os novos e incertos tempos.

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