Dear Ex
“Dear Ex” – Idem, Taiwan, 2018
Direção: Chi-Yen Hsu e Mag Hau
“- Sabia que os adultos são os seres mais burros da Terra ? Eles pensam que podem inventar histórias para guardar segredos. Disseram que o dinheiro do seguro do meu pai foi roubado pelos bandidos que o mataram. Babacas! Eu sempre soube que meu pai era gay. Ele morreu há 95 dias. Para onde a gente vai quando morre? ”
E na voz do menino de 13 anos, Cheng xi (Joseph Huang), vamos ouvindo suas reclamações e ficamos surpreendidos com os desenhos e as cores dos guardados dele numa caixa vermelha. E a cidade de Taipei, saindo do desenho e tornando-se palco para os atores.
Sanlian (Hsieh Ying-hsuan), a mãe do menino, faz um escândalo, batendo na porta de Jay (Roy Chiu), que ela acusa de ter enganado todo mundo e obrigado o pai de seu filho (Spark Chen) a colocar como beneficiário de seu seguro, não o filho, mas Jay, com quem vivia depois de ter se separado dela.
E esses três personagens vão viver, cada um à sua maneira, o luto pelo músico que tentou viver em família com a mulher e o filho mas não conseguiu, porque se apaixonou por Jay, o diretor de teatro para quem trabalhava.
O filme que fez sucesso e ganhou prêmios em festivais em Taiwan, é um deleite para olhos ocidentais. São imagens na tela ricas em cores e com intervenções divertidas de desenhos que acompanham as excelentes atuações do elenco.
Nossos olhos, às vezes, perdem até a legenda, atraídos pela novidade brilhante e contemporânea dos figurinos criativos e da decoração dos lugares, o que inclui um teatrinho de sonho, as ruas de Taipei ora estreitas de paralelepípedos, ora largas avenidas margeando o rio, e o contraste do apartamento de Sanlian, limpo e bem arrumado com o de Jay, uma bagunça atraente.
O menino é mandado para uma terapia de acolhimento porque está revoltado e com notas péssimas na escola, atormentando a mãe. Não é de se admirar, dividido que está entre a mãe, a amante do pai que fala sempre aos gritos, chorando inconformada, com raiva de Jay, que culpa pela ausência do marido e pai na vida deles e o amante do pai, artista que leva a vida de maneira mais leve, mas que sabe gritar também com a mulher tresloucada e botar o menino na linha.
Há um trajeto no luto dos três que os leva finalmente à saudade que sentem do pai, marido e companheiro, deixando a briga pelo dinheiro para um segundo plano.
Comovente e divertido, “Dear Ex”, produção original da NETFLIX, faz rir e chorar, envolvendo o público, até mesmo os corações mais frios.
Li sua resenha e vou assistir o filme.
Assisti 3 vezes a série sul-coreana “ tudo bem não ser normal” e depois de muito esforço, consegui ir para outra série sul-coreana CHOCOLATE .
Pelo visto, nunca mais saio da Ásia.
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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