A Escavação

“A Escavação” - “The Dig”, Reino Unido, 2021

Direção: Simon Stone

Quem não entende nada de arqueologia pode pensar que só no Egito acontecem escavações feitas por arqueólogos. Mas existem lugares na Europa onde estranhos montes de terra podem ser vistos. Seriam tumbas antigas?

Uma escavação é o centro dessa história real, acontecida em Suffolk, Inglaterra, na véspera da Segunda Guerra.

O livro de 2007 que foi adaptado para o filme foi escrito por John  Preston e conta a história de Edith Pretty (1883-1942) uma viúva bela e frágil, dona de uma fazenda herdada de seu pai, que tem um filho quase adolescente (Archie Barnes). Lá existiam os montes de terra com grama que tinham sido respeitados até aquele momento. Mas a Sra Pretty (Carey Mulligan) tem um pressentimento de que algo importante estava enterrado ali.

O Museu local não se interessou pelo trabalho e ela contratou então um arqueólogo, que aprendera o ofício com seu pai, e era também um autodidata que falava várias línguas e era muito estudioso, o Sr Basil Brown (1888-1977), interpretado com talento por Ralph Fiennes.

A princípio cético, o escavador, como se auto denominava, afasta a ameaça da presença de antigos saqueadores naquele lugar e sozinho, chega à descoberta de um antigo barco de carvalho do qual restavam traços na terra. Viking? Talvez ainda mais antigo? O Sr Brown pensava em anglo-saxões.

A presença desse homem austero e sensível vai tocar o coração da Sra Pretty e de seu filho, ansioso para se identificar com um modelo masculino.

Outros personagens aparecem na história por causa da descoberta do Sr Brown, que foi afastado da escavação e somente reconhecido como o descobridor do sítio arqueológico recentemente.

A equipe de arqueólogos, comandada por um antipático representante do Museu Britânico, continuou os trabalhos. À medida que os artefatos eram desenterrados por uma jovem arqueóloga, Peggy (Lily James), casada com um da equipe (Ben Chaplin) que não lhe dava atenção, o lugar mostrou-se valioso, as terras protegendo um tesouro incalculável.

O filme avança nas relações humanas com a mesma paciência que se exige de alguém que desenterra o passado. E acontecem amores, simpatias, doenças inesperadas ou seja, fragilidades próprias da vida.  E nesse caminhar toca em temas ligados a uma busca acerca dos antepassados. Há sempre em nós a procura da resposta à pergunta: de onde viemos?

O tesouro de Sutton Hoo pode ser visto em exibição permanente no British Museum, surpreendendo os ingleses e turistas pelo engenho e beleza das peças encontradas graças à Sra Pretty e ao Sr Brown.

Um filme que vale a pena descobrir.

Este post tem 0 Comentários

  1. Maria ZildaTaunay Leite Guimarães disse:

    Acabamos de assistir!
    Amei!

Deixe seu comentário

Obter uma imagen no seu comentário!