A Bela e a Fera

“A Bela e a Fera”- “La Belle et La Bête”, França, 2014

Direção: Christophe Gans

Esse antigo conto francês, que teve sua primeira versão publicada em 1740, foi muitas vezes revisitado com alterações no enredo original. Mas o coração da história, sua mensagem principal, segue inalterada sempre. Ensina que o amor não liga para as aparências mas para os sentimentos que duas pessoas sentem uma pela outra.

Assim, Belle que a princípio temia e odiava a Fera, por conservá-la como prisioneira em seu castelo, passa a perceber seu amor quando a Fera ferida, está morrendo. Seu coração a guia e ela salva aquele que, na verdade era um príncipe.

Ele fora amaldiçoado pelo deus da floresta porque matara sua filha, a corsa dourada. Só o verdadeiro amor venceria a repugnância que a Fera provocava com sua aparência e seus modos selvagens.

No filme francês de 2014 a Belle é Léa Seydoux, que interpreta a personagem mostrando uma mocinha segura de si mesma mas que sente falta da família, principalmente do pai (André Dussolier).

No contexto psicológico podemos pensar que Belle, órfã de mãe que morrera no parto de sua última filha, apegara-se ao pai, ao qual estava fortemente ligada pelo famoso complexo de Édipo. Ela só vai libertar-se quando se entregar à Fera (Vincent Cassell).

A produção de arte é primorosa e os efeitos especiais não ofuscam a presença dos personagens.

Outro ponto alto, a decoração do castelo em ruinas, é baseada em rosas que invadem todo o palácio com suas belas cores, atapetando o chão com as pétalas que caem dos galhos da imensa roseira. É a flor preferida de Belle que, representada pela rosa vermelha, é a dona da Fera e de seu coração.

Os figurinos chamam tanto a atenção que às vezes dá vontade de demorar mais os olhos nos detalhes que Pierre-Yves Gayraud inventou para enfeitar Belle. Os vestidos são todos diferentes e tem joias combinando. Marcam com suas cores o caminho para entender o que se passa com Belle. O primeiro é branco e mostra sua inocência e pureza. O segundo é verde esmeralda e simboliza seu amor pela natureza. O azul turquesa mostra sua espiritualidade e, finalmente o vermelho, sua paixão. Pura magia.

Trata-se de um filme lindo e encantador.

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