A 100 Passos de um Sonho

“A 100 Passos de um Sonho”- “The Hundred – Foot Journey”, Estados Unidos, 2014

Direção: Lasse Hallstron

Não é à toa que na lista dos produtores desse filme estão Steven Spielberg e Oprah Winfrey. Acreditaram no talento do diretor sueco Lasse Hallstrom de “Chocolate”2000, que consegue emocionar até o coração mais duro, na boa adaptação do best-seller de Richard C. Morais para o cinema. Seu filme tem charme.

E tudo começa quando imigrantes indianos chegam a uma cidadezinha na França. A família fugira de um incêndio em seu restaurante em Mumbai devido a lutas políticas. Estavam todos órfãos sem a mãe, a cozinheira da família. Em Londres não se adaptaram e partiram à procura de outro lugar para viver.

Um novo começo os espera, de forma inusitada.

O pai da família acolhe como um bom augúrio o fato de perder o freio do carro justamente ali, naquela cidadezinha, sem causar nenhum acidente. Só tiveram que parar. E os indianos são supersticiosos.

Como encontram uma casa à venda, com um pátio aberto, que lembra o de Mumbai, o pai resolve que a família abrirá um restaurante ali, o “Maison Mumbai”.

Mas a bucólica Saint Antonin já tinha um restaurante, francês, naturalmente. E, para orgulho dos seus habitantes, com uma estrela no Michellin, o “papa” dos guias dos melhores restaurantes, respeitadíssimo no mundo inteiro.

O que estavam pensando aqueles indianos que cismam em abrir um restaurante indiano, justamente em frente ao restaurante de Mme Mallory?

O charme, as cores, as luzinhas e a música tonitruante do exótico restaurante da família indiana irritam a dona do “Le Saule Pleurer”, uma Helen Mirren que mostra que até boa comediante ela é.

E Papa Kadam (Om Puri) vai ter que lembrar de toda a sua sabedoria para reviver em Saint Antonin, os bons tempos de Mumbai. E ele tem um trunfo: seu filho mais velho, Hassam Haji (o excelente Manish Dayal), que aprendeu a cozinhar com sua mãe e trouxe da Índia a maleta de temperos dela, que ele sabe usar.

E a guerra entre os rivais gastronômicos vai evoluir de pequenas artimanhas no mercado local até apelos ao prefeito, que, aliás, passa a frequentar o restaurante indiano com gosto, para desespero de Mme Mallory.

Uma francesinha bela (Charlotte Le Bon), que é “sous-chef” do restaurante francês, passeia de bicicleta na floresta e encontra o charmoso Hassan pescando. Esse conto de fadas para adultos tem também romance no menu.

E é por aí que vamos ver que o Ocidente tem muito a aprender com o Oriente, e vice versa.

Aliás, é o que o resto do mundo está fazendo, para desagrado dos conservadores e a alegria dos que gostam de misturas finas.

“Bravo” Lasse Hallstrom!

Este post tem 0 Comentários

  1. Regina Ferro disse:

    Eleonora ainda estou na Argentina e meus amigos nao me deixaram voltar e por isso estou tendo tempo de ir ao cinema,o que tanto gosto e tive a oportunidade de ver este filme que me emocionou tanto, porque “me gusta” cozinhar e ter sempre mina casa cheia com amigos e familia…isso tem muito da mihna mae, que fazia coisas divinas para todos e este filme me remeteu a mina infancia, na fazenda onde era tao importante os cheiros e conhecer novos sabores…foi un lindo “regalo de vacaciones”…pero lo mejor fue ver Ricardo Darin, jugando tenis encuanto almuezavamos en el Tenis Club de Palermo, adentro del Parque, onde mis amigos juegan…besitos desde B.Aires y SHANA TOVA…

    • Eleonora Rosset disse:

      Regina querida,
      Lembranças boas de infância são um tesouro!Qdo vc voltar vc vê o filme, nem que seja em DVD! Agora, ver o Darin ao vivo e a cores, é só para quem pode! Privilégio! Bjs e Shana Tova

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