A jovem rainha Victória
"A jovem rainha Vitória” - “The young Victoria”, Inglaterra, 2009
Direção: Jean-Marc Vallee
Ela foi a Imperatriz de um império colonial tão vasto que sobre ele o sol nunca se punha.
Para um filme sobre ela, foram escolhidos os cenários magníficos de sua vida, palácios e jardins deslumbrantes. Além disso, os figurinos (que ganharam o Oscar) são de distrair da história que está sendo contada de tão suntuosos e cheios de detalhes. Sedas etéreas, babados farfalhantes, rendas delicadas, flores nos cabelos e nos decotes, jóias e tiaras preciosas. E que cores! Um encantamento. Sandy Powell, a responsável por esse prazer para os olhos, inspirou-se e foi fiel aos retratos conhecidos da rainha Victória.
Mas o maior mérito desse filme é resgatar o período da juventude de Victória que foi coroada aos 18 anos e reinou até a sua morte, aos 81 anos. Foi o reinado mais longo da história da monarquia inglesa até hoje (1837 a 1901).
Ela era a única herdeira e última descendente da família real ou seja, sem ela a monarquia britânica morreria.
Emily Blunt (a assistente de Meryl Streep em “O diabo veste Prada”), que em nada se parece com a verdadeira Victória, que era bem mais gordinha, sai-se muito bem no papel. A atriz mostra com talento como alguém que não tinha confiança em si mesma, educada por uma mãe egoísta (Miranda Richardson) e um padastro cruel (Mark Strong) e disposto a tudo para ser regente e apossar-se do trono da mocinha, consegue impor-se no final. Mas talvez outra teria sido a história da rainha Vitória se nela não tivesse aparecido um príncipe, ao mesmo tempo galante e valente.
E o foco principal do filme é esse romance entre a ainda princesa inglesa e o príncipe alemão, Albert de Saxcoburg (Rupert Friend).
Na verdade o amor nasceu e floresceu na troca de cartas entre os dois. Na tela, o roteirista Julian Fellows faz o jovem vir à Inglaterra e encontrar-se com Vitória. Mais palatável para as platéias de hoje em dia.
O rei morre, Victória é coroada mas enfrenta todo um jogo politico no qual a figura de destaque é o bonitão Lord Melbourne (Paul Bettany) que tenta seduzir a rainha para a sua causa e sua cama. E excluir o pretendente de Victória dessa história.
Mas o principe Albert apaixona-se para valer. E passa por cima de todos os obstáculos para realizar o seu amor. O casal teve nove filhos e sua descendência povoou os tronos da Europa.
O filme foi produzido por ninguém menos que Martin Scorcese, o famoso diretor de Hollywood. E o projeto foi apresentado ao co-produtor Graham King por outra figurinha carimbada, a duquesa de York, Sarah Ferguson.
Depois da morte de seu marido aos 42 anos, de tifo, a rainha Victória virou uma viúva inconsolável… Mas sugiro que vocês aluguem o filme “Mrs Brown”(1997) que tem Judi Dench como a rainha na maturidade e que conta a história do seu segundo amor, o fazendeiro John Brown.
Incrível como a jovem melancólica, que se sentia uma peça de xadrez em um jogo jogado por outros, vem a se tornar a mulher poderosa e interessante que ela foi. A história da rainha Victória merece ser conhecida pelas novas gerações.
Recomendo os dois filmes.
Na verdade o amor nasceu e floresceu na troca de cartas entre os dois. Na tela, o roteirista Julian Fellows faz o jovem vir à Inglaterra e encontrar-se com Vitória. Mais palatável para as platéias de hoje em dia.” ELEONORA nos explica que na verdade foi assim, o amor nascendo de uma troca de cartas e é uma pena que o roteirista tornasse o fato mais palátavel para o público, pois de que vale assistir um filme, se não for pra sair de si e do mundo que nos cerca e ir de encontro a outros mundos e outras formas de viver e se comunicar? Tirando isso, certamente deve ser um filme bem interessante, enriquecido com todos os detalhes que a Eleonora me faz ver.
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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