Amor Sublime Amor

“Amor Sublime Amor”- “West Side Story”, Estados Unidos, 2021

Direção: Steven Spielberg

Desde criança o diretor Steven Spielberg, 75 anos, um dos grandes do cinema, gostava desse musical, seu preferido. Assistiu no teatro, ainda muito jovem, o “West Side Story” de 1957, sucesso da Broadway, em Phoenix, Arizona, levado pelos pais. Não foi à toa que dedicou esse remake a seu pai. Devia ser o preferido dele também.

Mas claro que o filme de 1961, também baseado no musical da Broadway, ficou muito mais conhecido por onde passou.

Natalie Wood, encantadora, era Maria, a porto-riquenha que foi dublada por Marnie Nixon, uma voz de anjo que marcou as músicas, todas maravilhosas da dupla Leonard Bernstein (1918-1990) e Stephen Sondheim (1930-2021), principalmente “Tonight” e “Somewhere”.

“America”, por Rita Moreno e os Jets, era um número engraçado e bem dançado que ficou na lembrança de toda uma geração bem como a cena do balcão, agora a cargo do Tony de Ansel Elgort, uma linda voz. Maria é Rachel Zegler, afinada, mas quem se lembra de Natalie Wood sente falta de uma presença mais carismática.

Pois bem, 60 anos depois, Steven Spielberg filma o remake, com as canções originais e a coreografia vistosa de Jerome Robbins. É a mesma história inspirada em “Romeu e Julieta” mas a assinatura do mago Spielberg trouxe maior vigor e testosterona aos Jets e Sharks, atores que não pintam mais o rosto para parecer latinos. Porque são latinos e tem falas não legendadas, em respeito à língua falada por uma imensa comunidade de gente como Rita Moreno que fazia a Anita, agora na pele da já premiadíssima Ariana DeBose, um furacão sexy, que canta e dança com graça e força.

O “Amor Sublime Amor” de Spielberg é um espetáculo empolgante trazido às telas do cinema pela magia das lentes de seu diretor. Tony Kushner, o roteirista, fez adaptações necessárias e ficaram mais claras as questões contemporâneas sobre gênero e racismo mais exacerbadas que nos anos 60.

O amor proibido ficou em segundo plano dessa vez porque as cenas de dança empolgam. E tambem porque falta quimica ao par romântico. As coreografias ganharam mais espaço e os figurinos atraem os olhares.

Rita Moreno faz o mais novo personagem da história. Ela é Valentina que atua como protetora de Tony e tenta ser uma pessoa que reflete e aconselha os grupos rivais, tentando evitar o pior. Foi também a produtora executiva.

O remake de “West Side Story” é um filme para as telas de cinema e pede também um som que nos envolva. Tomadas as devidas precauções, prefiram ver nas salas de cinema. O encanto desse remake é a ousadia com que as cenas são filmadas.

O filme foi indicado a 7 Oscars, inclusive o de melhor filme, direção, figurino, fotografia, som, produção de arte e atriz coadjuvante para Ariana DeBose.

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