As Sessões

“As Sessões”- “The Sessions”, Estados Unidos, 2012

Direção: Ben Lewin

 

Não é de hoje que as pessoas sofrem com dificuldades em sua vida sexual. É nessa área que se manifestam sintomas que não são apenas físicos mas psíquicos.

Geralmente, essas pessoas procuram terapia para conversar sobre essas dificuldades e eventualmente são medicadas.

Sabemos que para os homens, hoje em dia, “a pílula azul” é um dos remédios mais vendidos do mundo.

Mas em “As Sessões”, o assunto do sexo é abordado em circunstâncias diferentes.

O filme conta a história baseada na vida do poeta Mark O’Brien (vivido com entrega na tela por John Hawkes), contada por ele mesmo num longo artigo publicado nos Estados Unidos.

Paralítico desde a infância por causa de poliomilite, ele precisa viver dentro de um pulmão artificial várias horas por dia e dormir dentro da máquina.

Está à mercê de cuidadoras que o lavam, vestem alimentam. Ele nem ao menos consegue coçar seu próprio nariz, que dirá masturbar-se quando tem ereções espontâneas.

Acontece que Amanda, uma das cuidadoras, faz nascer em Mark uma necessidade de intimidade física que nunca experimentara. Apaixona-se por ela e quer casar. Mas, aos quase 40 anos Mark é virgem.

Amanda fica assustada com as urgências de Mark e vai embora.

Dotado de um fino senso de humor, Mark vai falar de suas agruras e vontade de experimentar o sexo, com ninguém menos que um padre católico, o ótimo ator William H. Macy, que, muito humano e acolhedor, o ajuda a pensar.

Depois de algumas dificuldades, Mark vai parar nas mãos de uma terapeuta sexual (Helen Hunt,que ganhou o Oscar com “Melhor é Impossível” indicada novamente como melhor atriz coadjuvante por esse papel).

Ela muda a vida dele.

Para nós brasileiros, soa estranha essa profissão. Mas nos Estados Unidos, a partir dos anos 70, ela é legalmente exercida por profissionais qualificados. Uma delas, Cheryl Cohen, inspirou a personagem de Helen Hunt em “As Sessões”.

Numa entrevista, ela explica como trabalha:

“São oito sessões, em cada uma há experiências diferentes, não só sexuais. Ajudo a pessoa a relaxar. Ao tocar um cliente pela primeira vez, não quero que a pessoa pense em ereção. O ponto é fazer com que se conheça e se abra para o prazer.”

Para Mark, o personagem do filme, estar com Cheryl ajudou-o a recuperar a auto-estima e o sexo tornou-se mais fácil e recompensador para ele.

Mas é complicado. Esse tipo de relação envolve forçosamente um vinculo afetivo entre os envolvidos. E pode trazer mais complicação do que solução.

Em todo caso, o diretor Bem Lewin, ele mesmo também vítima da pólio, com um bom roteiro na mão e ótimos atores, consegue passar uma empatia com os personagens de seu filme, que resvala para um fim um tanto piegas. Pecadilho perdoável.

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