Borgen – primeira temporada

“Borgen - primeira temporada”- Dinamarca, 2010

Direção: Soren Kragh e Rulen Hammerich

Considerada por muitos como a melhor série de todas, ela vem da Dinamarca e seu nome significa “castelo”.  Nesse caso, o castelo é o Palácio de Christianborg, sede do poder no Reino da Dinamarca, onde ficam o Parlamento, o gabinete do Primeiro Ministro e o Supremo Tribunal. É um edifício imponente e sóbrio que tem em sua frente uma praça ornada por uma grande fonte e cercada por árvores que a delimitam.

Na Dinamarca há uma monarquia constitucional com um sistema parlamentar de governo. “Borgen” vai mostrar a mudança do poder para a primeira mulher que ganha o posto de Primeira Ministra no país de quase 6 milhões de habitantes e com uma boa qualidade de vida para toda a sua população, sendo considerado o país com a menor desigualdade no mundo.

Birgitte Nyborg Christensen (Sidse Babett Knudsen, atriz maravilhosa) é o nome da Primeira Ministra, dona de um belo sorriso e carisma. Ela é a líder do partido dos moderados, seus olhos azuis penetrantes mostram sua inteligência, tem quarenta e poucos anos e é casada com Phillip, um homem atraente, professor universitário. O casal tem dois filhos, uma adolescente e um garoto de 8 anos. Moram numa casa charmosa sem luxos.

Estamos num país muito civilizado, o que não vai impedir que os políticos cometam erros, injustiças e atos de machismo. Mas aqui qualquer deslize pode ser perigoso para quem almeja o poder.

Os políticos do Borgen sabem que os casais tem que entender que um deles vai trabalhar e o outro vai cuidar deles, da casa e dos filhos. Isso funciona se é a mulher que fica em casa. Mas nem sempre. Como vamos ver já no primeiro capítulo, o Primeiro Ministro tem que ir salvar a mulher que surtou numa loja. E perde o posto para a líder do partido dos moderados por usar um cartão corporativo do governo.

Ela é séria, sempre correta, humana e bem intencionada. Mas nem sempre vai poder contar com a boa vontade alheia.

Fora do contexto das tramas partidárias, nas quais todos  fazem de tudo para conseguir postos chaves nos ministérios, o roteiro vai nos mostrar a intimidade da Primeira Ministra no seu casamento. O casal que vivia numa aparente lua de mel, se bem que com hora marcada para o amor, vai passar por uma crise de afastamento. Ela não tem tempo para si mesma. Trabalha das 8 da manhã até a noite e chega em casa exausta, esperando que o marido tenha cuidado das crianças e do jantar. Assim tinham combinado quando ela fora indicada para ser a Primeira Ministra. Mas na prática funciona?

Uma personagem importante é a jornalista jovem e corajosa, Katrine (Birgitte Hjort Sorensen). É atraente e muito interessada em desvendar o que se passa na política do país. Trabalha na televisão e é âncora criativa em suas entrevistas. É próxima de Kasper Juul, outro personagem jovem interessante, já que conquista o posto de braço direito da Primeira Ministra, antes ocupado por Bent Sjero (Lars Knutson). Ele consegue entender os próximos passos dos adversários e aconselha bem a Primeira Ministra. É fiel à chefe. Mas tem um triste segredo em seu passado que dificulta seus relacionamentos amorosos.

“Borgen” suscita inveja nos brasileiros, tão mal servidos de políticos humanos e eficientes, com as devidas exceções que são a esperança de que isso mude.

Vou ver todas as três temporadas de 10 capítulos cada uma. É imperdível.

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