Contágio
“Contágio”- “Contagion”, Estados Unidos, 2011
Direção: Steven Soderbergh
Ouvem-se tosses na tela escura… Aparece o rosto quase irreconhecível de Gwyneth Paltrow, pálida e suando…
Um número na tela: 2º dia.
Corte para a barca que atravessa a baía de Hong Kong. Um rapaz com o rosto brilhante de suor, aparentando febre alta, sai trôpego pelas ruas da cidade.
Londres. Dentro de um Rolls Royce, uma garota rica e “chic” fala ao telefone. Seu rosto pálido lembra o de Gwyneth Paltrow. Na próxima cena ela está caída no mármore do banheiro de um apartamento luxuoso. Criados correm para acudi-la.
Tóquio. Um homem perde o equilíbrio e cai num ônibus. As pessoas ao lado, assustadas, ficam paralisadas.
A câmara volta ao rapaz de Hong Kong. Ele passa pelo mercado ao ar livre. Toca nos peixes que caem no chão quando ele tropeça nas bancas dos feirantes. Todos o olham alarmados e o rapaz, aparentemente sem controle de seus movimentos, é atropelado por um ônibus.
Em Atlanta, Estados Unidos, Matt Damon, que é casado com Beth (Gwyneth Paltrow), vai buscar o filho no colégio porque ele está com os mesmos sintomas que a mãe de volta da China: febre, suor frio, fraqueza.
Quando ele chega em casa, tem que levar correndo Beth para o hospital porque ela começa a ter convulsões.
Assim, secamente, em tom documental, sem música tonitruante nem apelos sentimentais, é o novo filme de Steven Soderbergh, o famoso diretor de uma das mais fascinantes e assustadoras produções do cinema, “Traffic”, de 2000, sobre o narcotráfico. Esse filme ajudou a ver o tamanho da encrenca que estávamos enfrentando quase que ingênuamente naquele momento.
Ora, em “Contágio” o inimigo é ainda mais ameaçador, porque invisível e insidioso. Aqui não sabemos nem de onde vem o vírus, nem como se passa a doença de um ser humano para outro. Só sabemos que é mortal. A paranóia ataca a todos.
Um blogueiro (Jude Law) que passa a entrevistar os cientistas e a fazer contato com lobistas, não ajuda em nada e mostra como alguém assim pode só atrapalhar.
Quando o número de mortos avança pelo mundo afora, os únicos que podem ajudar a humanidade são os cientistas dos grandes centros de pesquisa. Em Atlanta, o Centro de Controle e Prevenção e Doenças, em Genève, a Organização Mundial de Saúde e outros médicos abnegados, vão ser os heróis dessa saga contra o vírus desconhecido.
Ajudados pelos governantes dos países enlutados e apavorados, esses homens e mulheres (Marion Cotillard, Kate Winslet, Elliot Gould, Laurence Fishborne) vão fazer tudo o que podem para ganhar a batalha que ameaça exterminar grande parte da população do planeta, mais perigosa ainda do que a gripe espanhola no começo do século XX.
Mas não é uma luta fácil e a batalha é longa e dura.
O pior é que é possível que se torne realidade… Enquanto o ser humano não se conscientizar do respeito com que deve tratar a natureza, tudo pode acontecer…
Vamos ver “Contágio” e aprender com essa lição?
Correções:
– pelo mundo AFORA
– Genebra
Gina,
O afora foi mal né? Mas Genève eu uso nos meus textos. Acho interessante saber escrever o none das cidades na lingua delas.
E obrigada pela copidescagem!
EU TB USARIA AFORA.
Dei um busca e saiu num site chamado PORTUGUÊS NA REDE:
A fora ou afora?
“Quase sempre é “afora”, em uma palavra.
“A fora”, separado, só se usa em oposição a “dentro”: “Dedetizou a casa de dentro a fora”.
Nos demais casos, “afora”: “Foram todos ao cinema, afora o pai”; “Ajuda vários amigos, afora a família”; “Saiu porta afora”; “Andou por este país afora”; “Seguiu rio afora”; “O filme está quebrando recordes de bilheteria mundo afora”.
Sylvia,
Vc e a Gina estão certas. Eu que estava errada. Saiu separado e eu sabia que tinha que ser junto. Mas o nome da cidade, vc me desculpe, Gina, mas eu acho que as pessoas tem que aprender a escrever, na lingua original, as principais cidades do mundo.
Oi, Eleonora
Assisti a este filme em São Paulo e saí dele pensando na plausabilidade do que nos contou e mostrou essa realização seríssima.
É uma antevisão do que seria capaz de acontecer quando menos se espera. Poderíamos considerar tratar-se de mais um filme “catástrofe” mas é tudo tão verossímil que nos leva a uma enorme reflexão esperando que este filme não seja uma premonição.
Atores todos magníficos que sem nenhum esforço desempenham os seu papéis com uma angústia não fabricada porque lá no fundo acreditam que tudo aquilo é possível.
A humanidade sempre teve e tem pavor dessas epidemias. Cada vez que acontecem, como a recente gripe suína, chegamos até a nos lembrar da chamada peste negra da Idade Média. Ou seja: raros temas são tão universais como este.
É formidável como o diretor Steven Soderbergh vai das drogas de “Traffic” até George Clooney e Brad Pitt assaltando glamurosamente um cassino em Las Vegas e agora apresenta um assunto tão inquietante. O filme impressiona.
Bjss
Sonia Clara
Sonia Clara querida,
É terrivel pensar nessa possibilidade de uma epidemia global…E o pior é que é mt plausível a idéia…
Alguém me disse que não adianta alertar ninguém. Bem, Soderbergh que fez “Traffic”, infelizmente uma realidade hoje, fez “Contágio”com a mesmíssima intenção de ajudar a pensar uma solução para um desastre de imensas proporções. Ele mesmo disse, em entrevista, que dá para a gente evitar as drogas mas não um virus!
Bjs
ZzzzZzzzZzzz…Achei bem chato esse filme!!
E esse texto também!! #chato
Thiago,
Vc achou tudo chato… Bem, gosto não se discute e aqui é um lugar de livre expressão.
Só uma coisinha. Usar a mesma palavra duas vêzes foi para se exprimir com veemência ou vc está pobre de vocabulário? Se for a primeira opção, tudo bem. Mas se for a segunda, aconselho que vc leia mais para poder se expressar de forma mais rica e até mais incisiva. Tipo: se vc achou chato pq seria? O texto e o fime são chatos? Vc poderia elaborar melhor?
Mas é só um conselho, já que vc gosta de escrever.
Volte sempre!
É um filme de epidemia, obviamente a gente já sabe o que esperar: os primeiros casos, a doença que se espalha, a corrida contra o tempo, o envolvimento dos personagens principais… (Boa a cena em que o médico diz para o rapaz que a paciente morreu e o cara pergunta se pode vê-la, ele demora a se dar conta da gravidade da situação 😉
O final também é previsível; com variações de um filme-epidemia para outro, mas nada que não se possa imaginar. Lembro de um outro filme, com o Dustin Hoffman – se não me engano -, ele é um médico militar, e o culpado pela confusão é um macaquinho africano trazido aos EUA a bordo de um navio.
O medo mesmo é quando você sai do cinema! Qualquer um que espirre perto da gente, ou ao tocar as maçanetas, corrimão de escada rolante, no banheiro… Acontece com você, Eleonora, também evita tocar o rosto e lava muito bem as mãos depois de um filme desses?
Chantal,
Assim que eu gosto! Pedi outro comentário, vc respondeu em cima!
E qto à sua questão, sim, acho que todo mundo que vê o filme fica meio paranóico com virus e limpezas. Mas acho tb que dura pouco essa nóia. E ainda bem pq senão vira doença.
Bem-vinda novamente!
Bjs
Eu que agradeço, Eleonora, é um prazer conversar com você. Também adoro cinema, não há nada como uma história bem contada, concorda? Logo mais aceitarei o seu convite tão gentil e deixarei meu comentário sobre “A Pele que Habito”; paixões extremas, perdas irreparáveis, e vinganças, ah, vinganças inevitáveis – esses, sim, os meus temas favoritos. Beijos, Chantal.
Chantal,
Esse é o espírito que eu gostaria de ver no meu blog. Um espaço para quem gosta de cinema conversar comigo!
Vc escreve mt bem e tem coisas para dividir com as pessoas que lêem os comentários.
Espero logo,logo os próximos!
Bjs
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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