Destinos Cruzados

“Destinos Cruzados”- “Random Hearts”, Estados Unidos, 1999

Direção: Sydney Pollack

O quanto de coincidências acontecem em nossas vidas? Alguns acreditam em destino, outros no acaso.

Quando despediu-se de Peyton (Susanna Thompson), sua mulher, naquela manhã e ela saiu para seu voo a trabalho para Miami, Dutch Van Den Brock (Harrison Ford) não podia adivinhar o que estava para acontecer.

Em outro lugar, na mesma cidade, outro casal também se despede. Ele, Cullen Chandler (Peter Coyote) diz que está indo para o aeroporto. Sua mulher Kay (Kristin Scott Thomas) empenhada em sua campanha para o Senado, presta pouca atenção ao que ele diz.

E quando ao longo do dia vão saindo notícias sobre o avião que ia para Miami que caiu matando todos os passageiros, Dutch fica muito aflito. Pensa na mulher e corre para saber se o nome dela constava na lista de passageiros. Ele relaxa quando a resposta é negativa mas não está inteiramente sossegado. O celular dela está sempre fora de área.

E ele se pergunta o tempo todo: mas qual avião ela pegou? Como policial que era, tivera acesso a todas as listas de voos naquele dia para Miami e ela não estava em nenhuma. O que acontecera?

Ele vai para o departamento de polícia onde trabalha e se mete numa confusão por causa de uma arma roubada. Mas percebemos por causa de seu rosto crispado e seu jeito nervoso, que ele não parava de pensar no enigma do avião. Onde estava ela?

E chega finalmente a uma hipótese que não passara pela cabeça do pessoal da companhia aérea. E se ela estivesse no avião acidentado se fazendo passar por mulher de algum dos passageiros? Na lista ela estaria sob o nome de Sr e Sra Fulano de Tal.

E parece que Dutch acertou em cheio. Seu luto não poderia ser mais enlouquecedor. Ele começa a alimentar dúvidas sobre o que tinha acontecido com o casamento dele e sobre o que teria feito de errado. Culpa e raiva o atormentam. Mas isso tudo é dedução porque ele não dá mostras de nada. Até que fica conhecendo Kay, a mulher do homem que estava com Peyton.

A candidata ao Senado está preocupada com os jornais e pede discrição para Dutch. Mas ele está possuído pelo desejo de saber mais e mais sobre o caso dos dois que morreram lado a lado.

E entramos em uma situação que vai depender de decisões de Dutch e Kay. O que vão fazer com o que descobriram?

Harrison Ford que está atualmente com 77 anos, tinha 57 durante a filmagem. Bonitão, olhos que dispensam palavras de explicação para a gente entender o que o seu personagem sente, cabelo curto e ar juvenil. Ele convence no papel do viúvo que não se perdoa porque foi enganado, traído e não percebeu. Uma ferida narcísica difícil de ser curada.

Já Kristin Scott Thomas, com sua beleza inglesa, pele divina, cabelos bem cortados e figura elegante, está mais preocupada com a filha de 15 anos que amava o pai. Aceita mais estoicamente o que aconteceu. É mais jovem e a vida está à sua frente.

Sidney Pollack, cineasta premiado  que morreu dois anos após fazer esse filme, aos 74 anos, dirigiu com mão leve e conduziu seus talentosos atores em cenas intensas em que brilham e nos colocam também pensando no que faríamos numa situação dessas.

Muito bom.

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