Elizabeth

“Elizabeth”- Idem, Reino Unido, Estados Unidos, 1998

Direção: Shekar Kapur

Ela foi um das rainhas mais famosas da História, a última da dinastia Tudor. Seu reinado durou 44 anos, de 1558 até sua morte em 1603 e ficou conhecido como a Era do Ouro. Mas Elizabeth teve que vencer vários e severos obstáculos para conseguir governar o seu país.

O filme começa em 1554 quando a futura rainha era ainda bem jovem e se divertia dançando e cavalgando nos prados ingleses com Lorde Robert Dudley, seu amigo de infância. Ela era filha de Henrique VIII e de sua segunda esposa, Ana Bolena, condenada à morte por crime de adultério, na verdade não comprovado.

Elizabeth, muito jovem foi surpreendida com uma acusação de traição à rainha Mary, também filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão e portanto sua meia irmã. Foi presa na Torre de Londres e lá ficou por dois anos.

Elizabeth não entendia a briga entre católicos e protestantes:

“- Por que nos dividirmos por essa questão de religião? Todos acreditamos no mesmo Deus…”

“- Não Madame. Só há uma religião verdadeira,. O catolicismo. O resto é heresia,” diziam os bispos ligados ao Papa Pio V. A futura rainha vai descobrir que não era a religião mas o poder o que estava em jogo. E esse poder se fazia por alianças.

Catarina de Aragão era espanhola e católica fervorosa. Quando subiu ao trono, baniu a religião do pai para impor o catolicismo espanhol. Mas como não tinha filhos, Elizabeth era sua sucessora e fora criada na religião do pai, que voltou a ser a da corte e do país.

A cena da coroação, no filme, retrata um quadro famoso nos mínimos detalhes, mostrando toda a pompa da corte inglesa. Elizabeth, vestida em dourado com uma capa de arminho, recebe a coroa que a tornava soberana da Irlanda, Escócia e Inglaterra.

Cate Blanchett consagrou-se como atriz de primeira grandeza nesse papel. Olhos azuis, pele muito branca, longos cabelos ruivos, ela interpreta a rainha em sua evolução de jovem risonha, atraente e sedutora para uma mulher que abandona a ideia de casamento para tornar-se a Rainha Virgem. Uma deusa, bem acima dos pobres mortais. Não é certo que ela se fechasse às relações com homens mas é o que narrativa oficial relata.

Lorde Robert Dudley (Joseph Fiennes) aparece no filme como seu grande amor que a traiu, já que era casado quando jurava amor à Elizabeth. Não sabemos também se isso é verdade.

O fato é que Elizabeth tinha muitos inimigos que almejavam casar-se com ela para conquistar mais poder para si mesmos. Os espanhóis a queriam casada com seu rei, a França por sua vez queria impor o duque d’Anjou (Vincent Cassel), apoiado por Maria de Guise (Fanny Ardant), sua tia e mãe de Maria Stuart.

E havia ainda o duque de Norfolk (Chritopher Eccleston) que queria o trono para si mesmo e os bispos católicos que a preferiam morta.

O fato é que seu grande conselheiro, do qual não prescindiu até o fim do seu reinado, foi Sir Francis Walsingham (Geoffrey Rush) que lhe foi sempre leal.

O filme foi indicado para muitos prêmios e Cate Blanchett ganhou o Globo de Ouro.

“Elizabeth” é de um luxo e sofisticação próprios da era elisabetana. Transporta o espectador a um mundo de beleza mesmo que também ensine facetas negras da natureza humana.

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