Enola Holmes

“Enola Holmes”- Idem, Inglaterra, 2020

Direção: Harry Bradbeer

Quase todo mundo já ouviu falar de Sherlock Holmes. O detetive que tem uma mente brilhante, imaginado pelo escritor inglês Sir Arthur Conan Doyle. Ele decifra enigmas prestando atenção em detalhes que passam desapercebidos aos outros e são a chave para a descoberta de criminosos. Mas é a primeira vez que conhecemos sua irmã caçula, Enola Holmes (Millie Bobby Brown).

A história é narrada por ela mesma. Ficamos sabendo que, em 1884, quando Enola completou 16 anos, sua mãe Eudora Holmes (Helena Bonham Carter) desapareceu misteriosamente.

Os irmãos Sherlock (Henry Carvill) e Mycroft (Sam Claflin), que já tinham deixado a casa da família há muito tempo, só voltam porque a irmã ficou só. Mas não pensem, como os irmãos mais velhos, que ela é uma coitadinha desprotegida. Na verdade, a mãe passara esse tempo com a filha ensinando-lhe artes marciais, estratégias do xadrez, jogos de palavras e principalmente a ser dona do próprio nariz. Cultivou também nela o gosto pela cultura, fazendo a filha ler todos os livros da biblioteca da casa.

Não ficamos sabendo como morreu o pai de Enola mas ela declara para a plateia que o adorava, um achado que funciona muito bem na simpatia que a personagem cria logo no início com quem vê o filme.

A encrenca começa com o fato de que ela não era a senhorita que, principalmente, Mycroft pensava que ela fosse. Não sabe bordar, costurar ou cozinhar. Etiqueta social, nem pensar. E ele decide então que a irmã vai para um colégio interno, preparar-se para ocupar um lugar na sociedade inglesa, casar-se e formar uma família.

Sherlock, mais atento, conversando com a irmã, fica admirado com sua inteligência brilhante.

“- Bem, para começar, meu nome com as letras em outra ordem é lido “Alone” (sozinha). “

E ela vai contando para o irmão o que aprendeu com a mãe, usando aquele jeito de falar também conosco. Revira os olhos e dá piscadelas, o que ela faz com muita graça.

E, sem dar a mínima para os planos de Mycroft, foge do colégio e começa sua vida de aventuras à procura da mãe, ao lado de outro garoto que também foge da família, um jovem lorde (Louis Partridge), que Enola decide ajudar a descobrir quem quer assassiná-lo e o porquê.

O filme acena para um tema mais amplo que é a modificação dos costumes que acontece no final da era vitoriana e no espaço que as mulheres, feministas corajosas, lutam para conquistar.

“Enola Holmes” é a adaptação do primeiro livro de uma série de seis, escritos pela americana Nancy Springer.

O filme é produzido ela própria Milie Bobby Brown, perfeita no papel e na história que agrada não só a plateias adolescentes mas a adultos que gostam do gênero “quem é o assassino”.

Divertido, bem produzido e com um elenco competente o filme merece ser visto. E pode ter continuação porque deixa alguns elos soltos, de propósito, claro.

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