Evereste

“Evereste”- “Everest”, Estados Unidos, Inglaterra, Islândia, 2015

Direção: Baltasar Kormákur

Por que será que homens e mulheres arriscam a própria vida em aventuras loucas? Talvez seja para tentar aumentar os limites humanos, como no passado iam em busca de novas terras. Mas, se a razão for apenas a de reassegurar-se de sua superioridade sobre os outros, o preço a pagar é muito alto.

Em 1996, uma tragédia aconteceu no monte Evereste, o mais alto do mundo. Doze alpinistas perderam a vida, quando uma terrível tempestade abateu-se sobre o cume, sem anúncio prévio, e eles foram pegos quando ainda no alto.

No filme “Evereste” que conta o fato, tudo começa quando o neo-zelandês Rob Hall (Jason Clarke) embarca para Katmandu, no Nepal, para guiar uma expedição de pessoas que pagaram pequenas fortunas para serem levados ao cume do Evereste.

Situado na chamada “Zona da Morte”, acima dos 8.000 m, o ar lá é tão rarefeito que há necessidade de respirar com máscaras ligadas a tubos de oxigênio. Não é um lugar feito para seres humanos.

Rob parte preocupado por deixar Jan (Keira Nightley), sua mulher, grávida de sete meses. Mas ele espera voltar a tempo de ver o bebê nascer.

Naquele maio de 1996, duas expedições (a “Adventurers Consultant” do neo-zelandês Rob Hall e a “Mountain Madness” do americano Scott Fisher, interpretado por Jake Gyllenhaal) juntaram suas forças para levar homens e uma mulher para cima da montanha. Usariam as mesmas cordas e escadas de alumínio lançadas sobre abismos, colocadas previamente pelos xerpas, população local que conhece a montanha e a respeita.

No “Campo Base”, a mais de 5.000 m de altura, os aventureiros chegam para aclimatar-se e treinar em três escaladas e ouvem a médica alertar para os perigos mortais do ar rarefeito: o edema cerebral e pulmonar que levam à morte, a hipóxia que enlouquece, a disenteria que enfraquece. Ao primeiro sintoma, descer é a única saída possível.

E Scott ouve de um guia experimentado algo sério:

“- Não gosto dessa multidão aqui… Muita competição.”

E realmente vemos muitas tendas abrigando uma boa quantidade de pessoas, mostrando a fama que se espalhava em torno aos que conseguiam subir o Evereste.

“- A competição não é entre pessoas”, diz o guia, “ é entre você e a montanha. E ela tem sempre a última palavra.”

O filme, dirigido pelo islandês Baltasar Kormákur, é impressionante. Voos belíssimos sobre pedras negras pontiagudas e o branco imaculado da neve virgem. Dias de céu azul e sol e outros escuros, neblina densa e vento gélido e cortante. Homens diminutos entre blocos de gelo maiores do que prédios.

O elenco é de atores competentes como Josh Brolin, Robin Wright, Emily Watson, John Hawkes, Michael Kelly e outros já citados. Alguns acharam que o roteiro não deu profundidade aos personagens. Mas talvez o interesse maior foi o de mostrar o desafio que a montanha representa e avisar que muitas variáveis estão em jogo quando se enfrenta a natureza. E que nem sempre acontece o planejado.

“Evereste”, principalmente em IMAX e 3D, nos leva ao teto do mundo, sem riscos mas com muita emoção.

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