Homem-Aranha e o Aranhaverso

“Homem-Aranha no Aranhaverso”- “Spider-Man Into the Spider-Verse”, Estados Unido, 2018

Direção: Bob Persichetti, Peter Ramsey e Rodney Rothman

Confesso que saí do cinema meio zonza com tantas cores, reviravoltas, quedas, trambolhões. Mas o charme do Homem-Aranha continua intacto, apesar dele morrer nessa animação.

Deixaram para trás o personagem criado por Stan Leee Steve Ditko? Não. Porque o Homem-Aranha, com seu espírito de adolescente, brincalhão, imperfeito mas sempre disposto a ajudar quem precisa, está lá. Não em um mas em vários Homens-Aranhas e uma única Mulher-Aranha.

Mas vamos por partes. O Homem-Aranha morreu e o nosso herói Miles Morales não sabe que vai ser o herdeiro do título. Ele mora no Brooklyn com o pai que é um policial negro, Jefferson (Brian Tyree Henry) e a mãe que é uma latina. Ele foi sorteado e ganhou uma bolsa de estudos. Vai ter que sair da escola do bairro e entrar numa escola particular que tem um ensino mais puxado e uniformes.

Miles não está particularmente satisfeito com isso e usa de estratégias para não ser aceito. Erra todos os quesitos de um teste, o que prova que ele sabia direitinho quais eram as respostas corretas. A única coisa que o atrai nessa nova escola é a presença de Wanda, uma loirinha esperta e bela.

Miles sai com o tio Aron (Mahershala Ali), que o pai não aprova por causa de seu estilo de vida e vão fazer grafitagem num lugar escuro e proibido do metrô.

Lá aparece uma minúscula aranha radioativa e pica Miles, que não se importa nada com isso.

Só que na escola ele começa a perceber que está mudado. O que seria aquilo em suas mãos que gruda em tudo? Até no cabelo de Wanda, para a aflição dos dois?

Bem. Miles vai precisar ser preparado para se tornar o Homem-Aranha. E quando o Rei do Crime aciona uma máquina que cria um portal para outros universos, Miles vai encontrar um mentor, o próprio Homem-Aranha, numa versão alternativa, mais velho, deprimido, menos musculoso e com um pouco de barriga, Peter B. Parker (Jake Johnson).

Junto com essa versão virão outros, de outros mundos, como a Spider-Gwen (Hailee Seinfeld), Aranha-Noir (Nicolas Cage), Peni Parker (Kimiko Glenn) e Peter-Porker, o Porco-Aranha (John Mulaney). Todos juntos vão encarar o Rei do Crime e a malvada Olivia Octavus e arrumar os universos de novo, cada um com seu Aranha.

A mensagem mais importante do filme é a de que ninguém nasce feito e até quem tem superpoderes tem que crescer, aprender e amadurecer. Como qualquer outro ser humano.

Miles Morales, um garoto carismático, diz para a plateia : “Qualquer um pode usar a máscara!”

Ou seja, como está escrito no fim do filme na tela: “Quem ajudar o outro sem ter essa obrigação, é o verdadeiro herói.”

Não foi à toa, que essa animação já ganhou o Globo de Ouro e o Critic’s Choice Award e está na lista dos indicados a melhor animação no Oscar 2019.

Merecidos prêmios por sua originalidade e a arte com que são feitos os desenhos. Uma viagem lisérgica!

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