Minha Vida

“Minha Vida”- “My Life”, Estados Unidos, 1993

Direção: Bruce Joel Rubin

O que você faria se o médico que olha seus exames de rotina, mudasse o tom de voz e anunciasse que você tem um câncer incurável no pulmão?

Bob Jones (Michael Keaton), que acaba de saber que sua mulher Gail (a sempre bela e talentosa Nicole Kidman, jovenzinha), está grávida do primeiro filho do casal, recebe a outra notícia e reage como qualquer um de nós. Fica paralisado e pergunta quanto tempo de vida lhe resta. O médico responde quatro meses.

Tudo o que Bob quer é mais tempo para conhecer seu filho. E ele se lembra de quando pediu a Deus, com fervor infantil, que mandasse um circo para sua casa no dia seguinte. Era o seu aniversário.  Ele não era muito popular na escola e, para ser admirado, pensou no circo. Por que contara essa mentira aos coleguinhas? Sua fé de criança esperava que o milagre aconteceria. Mas foi tudo uma grande decepção.

Agora ele pede novamente um milagre mas sem acreditar muito naquilo.

Bob Jones conseguira o que queria da vida. Tem uma agência de publicidade lucrativa, uma bela casa, a mulher mais linda do mundo mas, no campo dos relacionamentos humanos, deixava a desejar. Mudara seu sobrenome de Ivanovitch para Jones e mantinha distancia da família de imigrantes. Sua mulher Gail era quem telefonava para dar sinais de vida. Ao contrário de Bob, ela era muito querida por todos da família dele.

A partir daquela notícia no médico, Bob resolve gravar um longo vídeo para o futuro. Seu filho iria conhecê-lo nas mais diversas situações, inclusive lições de vida prática.

O personagem que Michael Keaton interpreta com talento, é um sujeito pouco emotivo mas que vai se modificando no transcorrer do seu projeto. Lembranças há muito reprimidas sobem à tona.

A questão da morte é difícil para a maioria de nós. Poucos aceitam pensar com seriedade que tudo vai acabar um dia. A menos que fiquem doentes e aí são obrigados a pensar e refletir sobre a vida, sobre o que fizemos e o que faltou fazer, o que vivemos e o que deixamos para depois. Quando não há mais tempo, a necessidade de viver aparece. Mas acontecerá o milagre?

Bob passa por todos os tratamentos possíveis, inclusive alternativos. E é um médico chinês que vai ajudá-lo. Não a evitar a morte. A doença está muito avançada, diz o médico com sinceridade. Mas há a possibilidade de viver esse momento de maneira a não ser uma experiência devastadora.

Todos nós que vamos passar por isso algum dia temos algo a aprender com esse filme. Que nunca resvala para o dramalhão.

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