O Protetor 2

“O Protetor 2”-“The Equalizer 2”, Estados Unidos, 2018

Direção: Antoine Fuqua

Raramente vejo filmes de ação. Mas o nome de Denzel Washington foi o atrativo que me levou ao cinema. Não vi o primeiro, que está no Netflix, mas não fez falta para entender a história.

A abertura é fascinante. Um trem na noite de uma lua quase cheia, atravessa a montanhas da Turquia. Dentro, passageiros dormem e o nosso homem, disfarçado de muçulmano, com roupas locais, barrete e barba, procura o bar. Sujeitos mal encarados estão à mesa. E logo há uma luta feroz. E o Protetor faz o trabalho quase sem barulho. Dessa vez, a dona da livraria em Boston, onde ele é freguês, recebe sua filha pequena de volta de um sequestro, sem um arranhão sequer. Ele, anônimo.

Denzel Washington é Robert McCall, sexagenário em forma, ex agente da CIA, que não aposentou seu senso de justiça. Dirige um táxi, de olho nos maus elementos que cruzam o seu caminho. Perdeu sua mulher no primeiro filme, sente saudades dela e agora mora só, num condomínio em Boston, que abriga pessoas de minorias.

Quando um grafite aparece na parede de tijolos que cerca o pátio, onde uma horta comunitária floresce, o rapazinho negro que estuda artes é convocado, de um jeito inteligente, para recuperar a parede.

McCall faz a presença de pai na vida do garoto (Ashton Sanders de “Moonlight”) que vai ser um dos temas do filme. Com sua presença carismática, Denzel Washington não apenas sabe bater e matar, seus sermões tiram o jovem do mau caminho.

O personagem não é só um justiceiro entrado em anos. Aliás ele não procura encrenca. Ele defende aqueles que não tem a quem recorrer.

Há uma bondade em McCall que o ator expressa com timidez e simpatia. Assim, cuida da moça drogada e ferida, abusada por executivos jovens que mal sabem o que os espera. E leva no seu táxi em troca de moedas um velhinho judeu, sobrevivente do Holocausto. Os dois conversam sempre no banco à beira mar.

Quando sua ex chefe e melhor amiga, Susan Plummer (Melissa Leo) é vítima de uma emboscada, o Protetor vai atrás de uma vingança metódica e completa. Um faroeste numa cidadezinha evacuada por causa de um furacão rende cenas originais.

O diretor Antoine Fuqua esbanja talento coreografando as lutas e perseguições. Talvez a melhor seja a que acontece dentro do táxi. Surpreendente.

Certamente haverá uma sequência. Um herói calmo, leitor de livros sofisticados e defensor de minorias, seria necessário num mundo como o de hoje onde os maus que atacam os indefesos são raramente castigados.

E para McCall os anos são até uma vantagem, já que são traduzidos em experiência. A plateia mais velha agradece esse estimulo.

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