Prêmios do Sindicato dos Críticos 2015

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Os prêmios do Sindicato dos Críticos são importantes sinalizações para o Oscar.
Se pensarmos assim, “Birdman” seria o favorito porque conseguiu ganhar em sete categorias: melhor ator para Michael Keaton, melhor elenco, melhor roteiro original, outro melhor ator de comédia para Michael Keaton, melhor fotografia, melhor edição e melhor trilha sonora.
Em segundo lugar, com quatro prêmios, vem “Boyhood”: melhor filme, melhor diretor, melhor atriz coadjuvante, melhor ator principiante para Ellar Coltrane. Prêmios importantes.
“O Grande Hotel Budapeste” vem em seguida com três prêmios: melhor comédia, melhor direção de arte, melhor figurino.
Parece que são esses três filmes que tem maior vantagem, também nos Golden Globes. Vão correr juntos para o Oscar!
Vamos seguindo os prêmios e torcendo pelos nossos favoritos!

Prêmios do Sindicato dos Críticos

Melhor Filme

“Boyhood”

Melhor Diretor

Richard Linklater – “Boyhood”

Melhor Ator

Michael Keaton – “Birdman”

Melhor Atriz

Julianne Moore – “Still Alice”

Melhor Ator Coadjuvante

J. K. Simmons – “Whiplash”

Melhor Atriz Coadjuvante

Patricia Arquette – “Boyhood”

Melhor Ator Jovem

Ellar Coltrane — “Boyhood”

Melhor Elenco

“Birdman”

Melhor Roteiro Adaptado

Gillian Flynn — “Gone Girl”

Melhor Roteiro Original

Alejandro González Iñárritu, Nicolás Giacobone, Alexander Dinelaris, Jr., Armando Bo — “Birdman”

Melhor Animação

The Lego Movie

Melhor Filme de Ação

“Guardians of the Galaxy”

Melhor Ator em Filme de Ação

Bradley Cooper — “American Sniper”

Melhor Atriz em Filme de Ação

Emily Blunt — “Edge of Tomorrow”

Melhor Comédia

“The Grand Budapest Hotel”

Melhor Ator em Comédia

Michael Keaton – “Birdman”

Melhor Atriz em Comédia

Jenny Slate – “Obvious Child”

Melhor Filme de Ficção Científica

“Interstellar”

Melhor Filme Estrangeiro

“Force Majeure”

Melhor Documentário

“Life Itself”

Melhor Direção de Arte

Adam Stockhausen, Anna Pinnock – “The Grand Budapest Hotel”

Melhor Fotografia

Emmanuel Lubezki — “Birdman”

Melhor Figurino

Milena Canonero – “The Grand Budapest Hotel”

Melhor Edição

Douglas Crise and Stephen Mirrione — “Birdman”

Melhor Cabelo e Maquiagem

“Guardians of the Galaxy”

Melhor Trilha Sonora

Antonio Sánchez – “Birdman”

Melhor Canção

“Glory” John Legend and Common – “Selma”

Melhor Efeitos Visuais

“Dawn of the Planet of the Apes”

 

Livre

“Livre”- “Wild”, Canadá, 2014

Direção: Jean-Marc Vallée

O luto faz agir estranhamente. Freud dizia que, se não soubéssemos da perda que aquela pessoa sofreu, pensaríamos que ela enlouqueceu.

Assim, Cheryl foi atrás de drogas pesadas e sexo promíscuo quando sua mãe morreu. Queria se dopar para esquecer. Fazia tudo na vã tentativa de não pensar na dor que sentia.

Ela achava que não aguentaria viver sem ela que era seu norte. Aquela que protegia os filhos de um pai brutal. A que vivia cantando e amando as pequenas coisas da vida.

Não que muitas vezes ela não tivesse desdenhado de seus conselhos.

A verdade é que só realizamos o tamanho da perda quando é muito tarde.

Mas a mãe (Laura Dern, cativante) tinha semeado  bem a terra de sua filha (Reese Witherspoon, visceral). E ela se dá conta de que está se destruindo.

E aí começa a viagem. Ela cisma que vai fazer a trilha que vai do México à fronteira do Canadá. Compra o guia e lá vai Cheryl enfrentar os quase 1.700 quilometros da Pacific Crest Trail. Deserto, montanhas, planícies áridas, florestas, neve. Paisagens deslumbrantes (fotografia de Yves Bélanger).

Muitas vezes é penoso para o espectador acompanhar Cheryl. Mas o caminho nos arrasta com ela.

Percebemos o medo, a dor física, a rebeldia e a coragem de enfrentar o desafio. Mas encarando as dificuldades do percurso, ela encontra energias até então desconhecidas. Porque a viagem mais importante é a interna. É o conhecimento de si mesma que ela busca.

E, finalmente, ela pode se lembrar de tudo. E chorar.

De repente, estamos iluminados. O rosto dela mudou. Encontrou o que tanto buscava.

Reese Witherspoon está fantástica. Ela vive com todo o seu ser a história da verdadeira Cheryl Strayed, que perante a enormidade da tarefa a que se propôs, grita muito e com raiva, até que a paz é encontrada.

A presença distante de uma raposa que a acompanha, lembra a proteção da mãe. A natureza temida torna-se amiga e ela não está mais sozinha. Porque encontrou a mãe viva dentro dela mesma.

O diretor Jean-Marc Vallée, 51 anos, canadense, que dirigiu “Clube de Compras Dallas” no ano passado e ganhou três Oscars, leva o filme com talento, atento ao rosto expressivo de sua atriz, captando em “close” tudo que ela sente. Consegue mexer com o público do cinema.

Eu saí emocionada.