Noite do Oscar 2014 – Minhas Opiniões

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Ontem, no calor da entrega dos prêmios, deixei muita coisa de lado. Afinal, àquela hora tardia, não dava para escrever tudo.

Nas imagens que ficaram na minha cabeça, percebo a Academia mudando, para premiar filmes mais baratos e feitos com alma e indignação.

“12 Anos de Escravidão” e “Clube de Compras Dallas” são libelos contra o sofrimento de pessoas que, ou perdem injustamente sua liberdade, uma vergonha para a humanidade, ontem e ainda hoje, ou morrem por causa de interesses de laboratórios farmacêuticos cooptados por governos. Outra vergonha mundial.

E também parece que a Academia não gostou de dois filmes que focavam gente mentirosa e drogada. Apesar de que, na minha opinião, “O Lobo de Wall Street” é um filme altamente moral, com uma lição importante para se aprender. O que não acontece com “Trapaça”. Os dois filmes não ganharam nada. Achei injusto. Leonardo DiCaprio realizou, sob a direção do mestre Scorsese, um belo trabalho.

“Ela”, meu filme favorito, do grande Spike Jonze, comandou um dos momentos mais singelos e românticos da noite com a linda canção “The Moon Song”, que deveria ganhar. Esse rapaz talentoso e original, levou para casa, merecidamente, o Oscar de roteiro original. Ele tem belas ideias.

“Gravidade”, lançado no Festival de Veneza e muito elogiado desde então, mereceu cada prêmio que recebeu. Alfonso Cuarón fez poesia no espaço e reconheceram seu talento com o Oscar de diretor.

Outro ponto que eu notei: as minorias gay e negra, foram altamente valorizadas. No tapete vermelho, Portia Di Rossi, companheira de Ellen Degeneres, a apresentadora da noite, contava tranquilamente que não podiam ir a nenhuma festa do Oscar porque Ellen acorda cedo para o seu show na TV.

E “Clube de Compras Dallas”defende o direito das pessoas exercerem sua sexualidade sem que precisem temer as consequências mortais da AIDS e possam se tratar de uma doença que hoje em dia não mata como nos anos 80.

A grande estrela da noite foi Lupita Nyong’o que trouxe a África para o Oscar e esbanjou talento e elegância.

E, para reafirmar seu direito a todos os prêmios, Cate Blanchett nem sequer foi respingada pelas ofensas dirigidas ao diretor Woody Allen, a quem agradeceu no seu discurso.

Angelina Jolie recebeu o Oscar por sua participação solidária a favor dos que sofrem e estava linda como sempre. Seu sorriso iluminou a tela. Na plateia, palmas do marido orgulhoso.

Ellen Degeneres foi uma ótima mestre de cerimônias e o “timing” dela funcionou. Sobraram umas farpas para Liza Minelli, que virou a cara e para Bradley Cooper, a quem entregou um prêmio de consolação divertido que ele recebeu friamente.

Adorei as fotos de celular que ela organizou e que trouxe para o Oscar a mania atual de colocar fotos na internet. Afinal, eles são gente como a gente. Bem mais brilhantes e glamurosos, admito.

Noite do Oscar 2014

Foi uma noite feliz.

O Oscar mais disputado de todos os tempos, agradou. E era difícil porque todos os indicados mereciam o prêmio.

E de uma forma interessante, os dois favoritos saíram ganhando.

“Gravidade”, a maior bilheteria, levou 7 Oscars, o principal deles para seu diretor Alfonso Cuarón, entregue a ele pela sempre maravilhosa Angelina Jolie.

E “12 Anos de Escravidão” foi consagrado o melhor filme. O diretor Steve McQueen e o produtor Brad Pitt subiram ao palco para receber seu Oscar, felicíssimos.

Mattew McConughey e Jared Letto, os favoritos para melhor ator e coadjuvante, merecidamente levaram para a casa a cobiçada estatueta. “Clube de Compras Dallas” também ganhou o prêmio de melhor maquiagem e cabelo.

Aliás, o Oscar de Mattew McConaughey (casado com a bela brasileira Camila Alves) foi entregue por Jennifer Lawrence, de Dior vermelho, linda e simpática como sempre, mesmo não levando o seu segundo, que certamente virá em sua carreira.

A bela e talentosa Cate Blanchett, a mais premiada nesse ano, já que ganhou todos os prêmios a que foi indicada, consagrou-se a melhor atriz, vestida com o vestido mais lindo da noite, um Armani “nude” bordado. Chiquérrima!

Um dos pontos altos foi Lupita Nyong’o vestida num Prada azul bebê deslumbrante, ganhar o prêmio para sua sofrida interpretação em “12 Anos de Escravidão”. A plateia aplaudiu a nigeriana de pé.

“A Grande Beleza” o preferido dos críticos, foi consagrado o melhor filme estrangeiro. Paolo Sorrentino, o diretor e Toni Servillo, o ator, subiram os degraus do palco e sob muitos aplausos, agradeceram com belos sorrisos no rosto.

Os prêmios para roteiro adaptado e original, foram entregues por um casal elegante para “12 Anos de Escravidão” de John Ridley e “Ela” de Spike Jonze. Penélope Cruz e Robert De Niro estavam impecáveis.                                    

A melhor canção ficou para “Let it Be”de “Frozen”.

O “In Memoriam”, apresentado por Glenn Close, homenagem aos que nos deixaram, incluiu o brasileiro Eduardo Coutinho, nosso mestre em documentários inesquecíveis.

Ellen Degeneres foi a mestre de cerimônia e saiu-se muito bem. Brincou com todos na plateia, vendeu pizza e comandou uma foto com quase todos os indicados, tirada num celular.

As mulheres estavam quase todas de vestidos claros bordados. Exceção para Charlize Teron e Julia Roberts de negro, belíssimas, Amy Adams de azul marinho e o vermelho de Jennifer Lawrence. Poucas joias. Mas poderosas.

E agora, é esperar pelo próximo, com a impressão de que o mundo do cinema não perde nunca o seu charme.