The Crown, 6a Temporada

“The Crown” – Sexta temporada, Reino Unido, 2023

Direção: Stephen Daldry e outros

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Vai ser difícil esquecer dessa série britânica da BBC para a NETFLIX. Quem tem mais idade conhece os fatos e os personagens mas as novas gerações poderão aproveitar para se informar sobre a história recente da Inglaterra e sua rainha, Elizabeth II, 70 anos de monarquia.

É ao seu criador, Peter Morgan, que devemos algo especial, que exigiu altas intepretações, procura de cenários autênticos e histórias dos bastidores do poder da família real inglesa. Basta ver a quantidade de premiações que a série recebeu.

Vamos ver Lady Diana (Elizabeth Debicki) e Dodi Fayed) roubando a atenção do mundo inteiro com o trágico acidente da Pont D’Alma em Paris. E o luto do povo britânico que adorava a ”Princesa dos Corações”.

Nesse episódio, a família real e a rainha perderam popularidade porque demoraram a reconhecer o desejo que ela fosse homenageada. Imelda Stanton, maravilhosa como Elizabeth II, está perfeita na sua relutância de aceitar que Diana fosse da família, mesmo com sua morte.

As cenas se ocupam com a vida dos filhos de Diana, que se preparam para a vida que os espera. Enquanto William se refugia numa tristeza profunda, odiando fotógrafos, Harrry se mostra mais revoltado e dá trabalho para o pai, o Principe Charles (Dominic West). É o mais problemático dos dois.

E vamos seguir o encontro de William e a menina Kate, plebéia (Meg Bellamy), bela e com porte de rainha.

Finalmente Charles consegue a aprovação para o seu casamento com Camilla Parker Bowles (Olivia Williams).

E na cena final, que é um achado magistral, Elizabeth II conversa consigo mesma em três fases de sua vida. Claramente a morte e a sucessão tem que ser enfrentadas.

Política, poder e relações pessoais com pompa e lágrimas. Ótima série.

Um Lugar

“Um Lugar” - “Land”, Estados Unidos, 2021

Direção: Robin Wright

Ela não queria mais conviver com pessoas. Todas sempre querendo que ela estivesse melhor, mais consolada. Mas não. Edee não queria pessoas. Queria ficar só.

Depois que aquilo aconteceu, Edee não conseguia pensar em outra coisa. Nem a irmã querida conseguiu tirar da cabeça dela seus planos de isolamento. Nas montanhas ela iria em busca do que não encontrava mais.

É sabido como o luto pode ser terrível. As pessoas que não sabem por que essa mulher parece louca, não entendem que ela viveu uma perda irreparável. O luto fecha o coração e a alma. A vida não é mais como era. Tudo perde o sentido.

E para reviver é preciso quase morrer.

Robin Wright, diretora e atriz do filme, emociona com seu rosto que não esquece de mostrar o vazio de sua alma. Quer morrer. A tristeza já é mais que melancolia.

“Um lugar” tem paisagens deslumbrantes e silenciosas que espelham o interior dessa mulher que quer entregar-se à morte sem drama nem testemunhas.

Filme de belezas selvagens e poucas palavras, nele Edee relembra o que somos. Uma luz repentina que se acende e se apaga com rapidez. Depois de tudo viver é possível?