Rebecca – A Mulher Inesquecível

“Rebecca – A Mulher Inesquecível”- “Rebecca”, Estados Unidos, 2020

Direção: Ben Wheatley

Ela é uma Cinderela às avessas. Jovem e bela, encontra seu príncipe num paraíso, casa-se com ele e, depois de uma lua de mel de sonho, vai conhecer a bruxa que habita o castelo que foi de Rebecca, a inesquecível primeira mulher do príncipe que, de tão bela, era uma lenda.

No filme da NETFLIX, Lily James, que já foi a Cinderela no cinema, é a moça órfã e pobre, dama de companhia de uma rica americana. Estão hospedadas em um hotel de luxo em Monte Carlo, o lugar mais glamoroso da Côte D’Azur, a Riviera francesa, antes da Segunda Guerra.

Lá ela se encontra por acaso com Maxim de Winter (Armie Hammer), um dos homens mais ricos da Europa e viúvo inconsolável.

Lily James está encantadora como a mocinha tímida mas que se transforma quando o bonitão a convida para fazer companhia a ele. Vem a calhar um mal súbito que prende a velha senhora ao leito, liberando a Cinderela para os braços de seu príncipe.

E são ostras no café da manhã, almoços intermináveis, passeios no conversível dourado, mergulhos no mar azul e beijos na praia. Ela só sabe dizer sim quando ele a pede em casamento.

Depois de uma lua de mel na Europa, seguem para Manderley, o novo endereço de Madame de Winter, uma das casas mais bonitas da Inglaterra.

Para mim esse começo foi a parte mais atraente do filme. Os dois fazem um casal com uma boa química e ela brilha, transbordando de felicidade.

Mas quando vão chegando a Manderley, a cena muda. Deveria ser o novo ninho de amor para os recém casados mas não é bem isso que acontece. A aparição da governanta da casa (Kristin Scott Thomas, sempre maravilhosa) é o primeiro sinal que nada ali tem a ver com a nova Madame de Winter. A elegância em pessoa faz realçar o aspecto comum da Cinderela.

E tudo faz lembrar que existiu uma primeira Madame de Winter, que mesmo morta habita cada canto do castelo.

Parece que a lua de mel acabou e a Cinderela, se transforma em alguém que quer competir com o fantasma que está em seu caminho. Mas o príncipe está calado, sonâmbulo e desinteressado.

Do sol da Riviera para as sombras de Manderley dissipa-se o encantamento. Tudo ali lembra o passado sofisticado da assinatura de Rebecca.

Quem nunca tinha ouvido falar dessa história, pode ser que se envolva com essa versão de “Rebecca”, um remake do filme de 1940, de Alfred Hitchcock, baseado no romance gótico de 1938 de Daphne du Maurier.

Vi o Hitchcock antigo na TV e li o livro herdado de minha mãe quando era adolescente. Vendo o filme atual minha memória pedia mais tempo para o lado gótico e “dark” da história, a sombra de Rebecca.

Faltaram os arrepios.

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