Sob o Mesmo Céu

“Sob o Mesmo Céu”- “Aloha”, Estados Unidos, 2015

Direção: Cameron Crowe

Quem tem um fraco por comédia romântica vai gostar desse filme, se bem que, se você olhar mais de perto, vai ver que tem mais do que romance aqui. Fala-se de escolhas de vida.

A história acontece no Havaí, 49º estado dos Estados Unidos. E logo pensamos em mar azul, colares de flores e dançarinas de hula hula. Tem tudo isso mas, há também, em “Sob o mesmo Céu”, um Havaí mais secreto, que é uma nação com um povo com antigas tradições e crenças compartilhadas. Mais, o Havaí é um reino sob dominação de um exército. E tem um rei respeitado.

O herói da nossa história (Bradley Cooper), no começo do filme, conta em “off” que, quando menino, estudava o céu com seu telescópio e sonhava com o espaço sideral:

“- Eu via o futuro e ele me pertencia.”

Entrou para a vida militar, mas com a crise de 2008 deixou-se comprar por um bilionário ( Bill Murray) e envolveu-se em negócios excusos em Cabul.

Ele volta ao Havaí, onde vivera, convocado pelo mesmo bilionário, que agora tem um projeto de lançar um satélite em águas internacionais, mas precisa dele para convencer os nativos a instalar uma base em suas terras. Ninguém, fora o general do exército (Alec Baldwin) e Brian,  sabe ao certo do que se trata aquele “Anjo Bravo”, o satélite.

Brian Gilcrest (Bradley Cooper) chega ao aeroporto e logo um menino pergunta para ele:

“- Você é o deus que vem para o Advento?”

O garoto, filho de uma ex de Brian, vive no Havaí com a família, a mãe Tracy (Rachel McAdams), casada com o pai dele, o militar Woody e uma irmã adolescente, a bela Grace.

Ela leva a sério as aulas de hula hula, uma dança que harmoniza o céu, a terra e as águas. O menino, envolvido nas crenças locais, acha que descobriu em Brian o deus que vai levar a deusa Pele para dentro do vulcão, iniciando com isso um novo ciclo.

Se nos mantivermos dentro desse registro do mito, a deusa é a faceira Emma Stone (sempre talentosa), Allison Ng, piloto da Força Aérea, a preferida de Hillary Clinton quando ela vem ao Havaí. Foi escalada para ser a parceira de Brian, em suas excursões pela ilha para conversar com os nativos.

Assim como os filhos de Tracy, a piloto, ¼ havaiana, respeita e conhece todo um lado sagrado que os nativos da ilha conferem à natureza.

O diretor e roteirista Cameron Crowe, 57 anos, de “Quase Famosos”2000, com o qual ganhou o Oscar de roteiro original, “Vanilla Sky”2001 e “Compramos um Zoológico”2011, tem familiares que moram no Havaí e conhece bem o lugar. Ele comentou numa entrevista que o filme tem a ver com o amor, a natureza e novas chances. Assim como a terra vulcânica, constantemente criada, assim, diz o filme, deveria ser a vida das pessoas, sempre renovada.

Brian terá que escolher entre a destruição gananciosa e o amor por uma mulher. Continuar a ser cético e materialista ou tornar-se apaixonado e ligado ao futuro da humanidade.

Um filme agradável, com um ótimo elenco.

 

Este post tem 0 Comentários

  1. Denilso disse:

    Mais uma resenha elegante. Fiquei com vontade de ver, pois gosto do trabalho do Cameron Crowe, assim como de Amy Adams.

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