Um Homem Fiel

“ Um Homem Fiel”- “L’ Homme Fidèle”, França, 2018

Direção: Louis Garrel

 

Será que todo mundo ama da mesma maneira? Claro que não e o filme “Um Homem Fiel” demonstra essa verdade. Os três personagens da história, ou quatro, amam cada um à sua maneira. E vamos ouvir durante o filme, com vozes em “off” os relatos de cada um, com pontos de vista diferentes.

Abel vive com Marianne há três anos, no apartamento dela. Um dia, sem mais rodeios, diz que está grávida. Abel se alegra, não sabe de nada. Marianne confessa que o bebê não é dele.

Abel digere o golpe sem demonstrações de ciúme ou raiva. Ele tem uma natureza gentil.

Nem mesmo quando fica sabendo que o filho é de Paul, amigo de ambos, com quem Marianne tinha um caso há já um ano.

Marianne não é fiel. E é bastante egoísta.

Abel conta em “off” que saiu do apartamento naquele mesmo dia e tentou esquecer Marianne com outras. Mas não conseguiu.

Nove anos se passaram e Paul morreu de repente, dormindo. Ele e Marianne tiveram um filho, Joseph (Joseph Engel).

No cemitério, Abel troca olhares com Marianne e vemos que ainda há algo para ser vivido por aquele dois.

Mas Joseph, movido por um ciúme edipiano doentio conta um absurdo a Abel, sussurando:

“- Foi minha mãe que matou meu pai, com veneno…”

A imaginação infantil estava a serviço dos ciúmes do menino e a ideia fixa de se livrar do novo rival. O primeiro tinha sido o pai.

Mas Abel trata o garoto com gentileza, entendendo o quanto ele ama a mãe.

E aparece o último personagem, Ève (Lily-Rose Depp), irmã de Paul.

Assim que pode, confessa seu amor platônico por Abel. Ouvimos ela contar sua obsessão por ele. Seguia o rapaz mesmo sabendo que ele estava com Marianne, tirava fotos dele, amava a imagem que fez dele, desde menina.

Ève é fiel a uma idealização do amor. Fiel a si mesma. Narcisista.

Como vemos há muitas maneiras de amar e esse filme francês dirigido por Louis Garrel, que é Abel, demonstra isso com beleza e suavidade.

O roteiro assinado pelo famoso Jean-Claude Carrière e pelo diretor é uma ciranda de amores em torno a Marianne, a bem amada de Abel, Paul e Joseph.

Laeticia Casta, a bela mulher do diretor Louis Garrel na vida real, interpreta Marianne com graça, aquela que gosta de ser amada. É sua natureza.

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