Como seria se…

“Como Seria Se...” - “Look Both Ways”, Estados Unidos, 2022

Direção: Wanuri Kahiu

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Acontece com todo mundo. Devanear, sonhar acordado. Quando algo em nossa vida demora a acontecer ou quando alguma coisa dá errado, uma maneira de esquecer o problema é tentar resolvê-lo na nossa imaginação.

Maluquice? Pois é. Mas acontece.

O filme “Como Seria Se…” trata desse assunto de uma maneira engenhosa. Porque vamos ver como são as vidas alternativas que não aconteceram realmente mas com as quais sonhamos de olhos abertos.

Natalie Bennett tem 22 anos e acaba de se formar na Universidade do Texas em Austin. Ela comemora na sua festa de formatura com uma amiga quando de repente, se sente mal e corre para vomitar no banheiro.

Parece que tudo que Natalie sonhou para sua vida está correndo perigo. E piora quando a amiga sugere que tente, só por desencargo de consciência, que use um teste de gravidez.

E quando dá positivo… Natalie não consegue acreditar.

E é nesse momento que o filme sugere uma fantasia. Natalie e sua amiga aparecem duplicadas no espelho. Em uma das imagens Natalie olha desolada o teste de gravidez. Na outra ela está aliviada e dançando com a amiga.

A partir desse momento vamos ver essa vida dupla de Natalie se sucedendo na tela.

O garoto com quem transara diz para ela quando sabe da gravidez: “- A escolha é sua.” E acrescenta que estará com ela qual seja a escolha.

E Natalie decide ter o bebê. Seu sonho de ir morar em Los Angeles e encontrar um emprego na indústria de animação, como desenhista, vai ser esquecido.

Mas na outra vida, ela não está grávida e não há problema algum em ir para Los Angeles em busca da realização de seu sonho.

A Natalie grávida segue para a casa dos pais com Gabe, o pai do bebê. Os pais dela a acolhem com carinho mas percebe-se que eles estavam abrindo mão da vida que pensavam poder viver juntos. Os planos eram de viajar pelo mundo, aproveitando o resto de suas vidas. Mas Natalie era prioridade para eles.

A história segue sempre mostrando os altos e baixos das duas vidas de Natalie.

E nós ficamos pensando nesse problema de escolher e decidir o que será de nossas vidas. Será sempre uma decisão nossa e nem sempre escolheremos a melhor. Mas a vida é uma só e vai depender do talento e sorte nas nossas escolhas. A verdade é que será sempre uma vida com momentos felizes e outros nem tanto.

O que importa é seguir em frente e aproveitar o que a vida trouxer de bom. Porque sempre haverá algo que vai valer a pena.

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Vidas em Jogo

“Vidas em Jogo”- “The Game”, Estados Unidos, 1997

Direção: David Fincher

Surpresas? Alguém gosta de surpresas? Depende. Uma boa surpresa é sempre bem recebida.

No caso de Nicholas Van Orton (Michael Douglas), riquíssimo, vivendo sozinho numa casa palaciana, o dia a dia era bem monótono.

A surpresa inesperada vem como um presente de aniversário do irmão Conrad (Sean Penn). Nada próximos e pessoas bem diferentes, Nicholas não vê com bons olhos o envelope que o irmão lhe estende, dizendo que ele não iria se arrepender se aceitasse o convite.

O presente era um convite para um jogo misterioso. Desafios serão propostos ao jogador. Lacônico. Nada mais era explicado.

Mesmo tendo vindo do irmão, pessoa em quem não confiava, Nicholas não resiste e vai na tal empresa ver do que se tratava.

Por que? Foi o tédio de lidar só com dinheiro o tempo todo? Ou será que foi aquilo que ele precisava para sair da tristeza de ter sido abandonado pela mulher? Van Orton era um controlador, um manipulador, que talvez sentisse falta da emoção que há muito não havia em sua vida metódica e previsível.

O roteiro do filme é muito bem escrito e propõe com inteligência as surpresas do jogo. Até nos confunde como faz com o jogador que seguimos. De onde virá o lance seguinte?

É bom não saber nada sobre a história do filme para poder embarcar nessa aventura. É claro que “Vidas em Jogo” não é um filme realista. Acontecem muitos absurdos. Haja adrenalina.

Mas é um excelente entretenimento.

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