Ted
“Ted”- Idem, Estados Unidos, 2012
Direção: Seth MacFarlane
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Você já teve um ursinho de pelúcia? Claro. Mas como o Ted do filme em questão, duvido. Porque ele é único.
Vejamos. John Bennett é um garoto diferente dos outros, sem amigos, solitário.
No Natal de 1985, ele ganha um ursinho de pelúcia que, quando apertado diz “I love you” :
“- Vou te chamar Teddy”, diz o menino feliz.
Finalmente, ele tinha com quem compartilhar tudo.
Uma estrela cadente, no céu sem nuvens, brilha no exato momento em que John, em sua caminha, pede que seu novo amigo ganhe vida e seja dele para sempre.
Dito e feito. Teddy vira uma celebridade, é entrevistado na TV por Johnny Carson, seus retratos saem nas revistas, é reconhecido na rua e ganha seus fãs. Mas, apesar da fama, John é o seu preferido em todo o mundo. Não se largam.
Bem, mas John (Mark Wahlberg) cresce e Ted continua a ser o seu melhor amigo, participando de tudo em sua vida. Aliás, descobrindo as coisas antes de John, que continua um rapaz inseguro. Mora com a namorada (Mila Kunis) há 4 anos e não se decide a casar-se com ela.
O diretor e roteirista Seth MacFarlane, que veio da TV, acerta de cara no seu primeiro longa, uma comédia para gente grande, que brinca e ri de tudo e todos, de maneira mal comportada. Muitas vezes com piadas até ofensivas para as minorias. Totalmente políticamente incorreto. Grosseiro mesmo. Mas divertido para quem não se ofende com facilidade.
E agrada ao público masculino e até ao feminino, porque Ted conserva o seu carisma durante todo o filme, sem perder a fofura.
O tema óbvio do filme é a geração “Peter Pan”, os meninos que viram homens e não querem crescer. São imaturos, inseguros e a diversão sem responsabilidade é a praia deles. Todos com um Ted debaixo do braço.
Mas dá para viver assim eternamente?
Se a parte brincalhona e irresponsável tiver o seu devido espaço, aposto que os rapazes vão ganhar as moças, sendo “sexy”, criativos e adoráveis. Ted tem sempre o seu lugar, não importando a idade do marmanjo.
Mas a vida cobra também uma postura adulta e corajosa de todos nós.
E virar adulto responsável tem as suas recompensas, acena o filme, usando a voz de Ted (a do próprio diretor e roteirista Seth MacFarlane), para enquadrar John e tudo acabar bem, como num conto de Natal.