O Mistério do Gato Chinês

“O Mistério do Gato Chinês”- “Kukai”, China, Japão, Hong Kong

Direção: Chen Kaige

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Uma bela mulher, pele muito branca e envolta em sedas, está à beira do lago em seu jardim quando um misterioso gato negro se aproxima e fala com ela. Pede o que ela come e, como agradecimento, indica o lugar de um tesouro enterrado. Moedas de ouro.

Quando ela volta ao lago, depara-se com um peixe ensanguentado, ainda vivo e sem os olhos.

“Que gato estranho”, pensa a mulher, “fala e come só olhos…prometeu voltar.”

À noite, mostra para o marido, chefe da guarda imperial, seu tesouro. Mal sabem eles que esse foi o primeiro passo de uma vingança que vai atingir muita gente. Estamos no século 8, no reinado do Imperador Dezong, da dinastia Tang, em Chang’an.

O Imperador está doente, não come nem dorme há muitos dias. É chamado para atende-lo o especialista em exorcismos, o monge japonês Kukai (Shota Sometani) que estava na capital em visita, para estudar textos budistas.

“- O Imperador tinha um gato preto?” pergunta o monge ao escrivão e poeta da corte Bai Zahian (Huang Xuan).

“- Não que eu saiba” responde ele.

O monge lamenta mas não pode salvar o Imperador.

Agora juntos, o monge e o escrivão e poeta vão tentar esclarecer o mistério. Kukai está certo de que há um gato negro envolvido na morte do Imperador. Encontrou seu pelo junto ao morto.

Nessa tarefa complicada os dois terão que entender o que aconteceu há 30 anos atrás no reinado do Imperador Xuanzong. Vão se envolver em um enigma que terão que decifrar.

Sabe-se que o Imperador tinha como favorita uma mulher deslumbrante e muito bondosa. Certamente Lady Yang está no centro dessa história que envolve intrigas palacianas, ciúme e inveja, estratagemas mágicos, reviravoltas, misericórdia, injustiça e um grande amor.

Uma aventura extraordinária espera o monge e o poeta, num mundo de ilusão.

Beleza e opulência, com um toque “kitsch”, vão agradar às plateias do novo filme de Chen Kaige, 69 anos, da 5ª geração de diretores de cinema chineses. Ele ganhou a Palma de Ouro em 1993 em Cannes, com seu filme “Adeus Minha Concubina”, que acompanha a história da Revolução Cultural na China através de uma companhia de ópera.

“O Mistério do Gato Chinês” tem cenas belíssimas com acrobatas, fogos de artifício, danças e a espetacular Lady Yang (Sandrine Pinna), que encanta a todos e desperta paixões.

Mesmo que um pouco confuso, pelos muitos personagens, o filme vale ser visto principalmente pelos cenários admiráveis, que levaram seis anos de trabalho e custaram 154 milhões de dólares. E hoje são um parque temático para o público.

Belo filme.

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O Rei Leão

“O Rei Leão” - “The Lion King”, Estados Unidos, 2019

Direção: Jon Favreau

Deslumbrante. É o mínimo que se pode dizer do remake da animação de 1994, uma das melhores da Disney de todas as épocas. E, por isso mesmo, foi sábia a decisão do diretor Jon Favreau de respeitar a história e  se concentrar nos atores que dublam os personagens e no “foto realismo” ou o que seja essa fusão de técnicas que faz com que os animais e a natureza ganhem uma vida que parece real.

Na apresentação da Pedra do Rei, que inicia o filme, com todos os animais indo celebrar o nascimento do herdeiro do reino, que beleza o desfile das zebras, girafas, elefantes, guepardos, flamingos, impalas e muitos mais.

E o leãozinho nos braços do feiticeiro babuíno tem uma graça que só os filhotes possuem.

Tudo isso já mexe com o coração dos amantes dos animais. Porque parecendo reais, os animais da África da Disney ganham maior proximidade com as crianças e os adultos que gostam dos documentários do “Animal Planet”.

E passa imediatamente com empatia, de um jeito que comove, a mensagem ecológica de proteção aos animais, tão necessária nesses dias que vivemos com gente querendo matar animais e queimar florestas.

O nascer e o por do sol ganham cores e dimensões magníficas. E as paisagens africanas são de uma beleza incrível, inspiradas em fotos de lugares que realmente existem no continente africano. Uma viagem no cinema.

A história todo mundo conhece. Simba (nas vozes de JD McRay e Donald Glover) é o herdeiro do reino de seu pai, o sábio rei Mufasa (Earl Jones, o mesmo que dublou o rei em 1994, a mesma majestade) e de Sabi, a rainha (Alfre Woodward). Atraiçoado por Scar (Chivetel Egiofor), seu tio, Simba pensa que matou o pai, por acidente, e vai viver no exílio obedecendo ao mau conselho de seu tio.

Por sorte encontra o javali Pumba (Seth Rogers) e o suricato (Billy Echner), o Timon, dois personagens divertidos e simpáticos, que tiram Simba da depressão.

Lá nesse canto escondido da floresta reina a alegria de viver e existe amizade entre todos os animais. Todos respeitam a filosofia do “Akuna Matata” ou seja, viver sem preocupações.

Mas claro que um dia Simba vai voltar e vencer o tio Scar e suas hienas. E evidentemente, casar com Nala (voz de Beyoncé).

As músicas são ótimas, as mesmas da animação dos anos 90, da autoria de Elton John e Tim Rice, com exceção de uma só. A mais popular é “The Lion Sleeps Tonight” que ganha um belo cenário noturno de estrelas no céu.

Em 1994, “O Rei Leão” ganhou o Oscar de melhor trilha sonora e melhor canção (“Can You Feel the Love Tonight”).

Prêmios virão para essa nova versão do “Rei Leão”, acerto em beleza, talento e mensagem.

 

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