Não Olhe Para Cima

“Não Olhe para Cima”-“Don’t Look Up”, Estados Unidos, 2021

Direção: Adam McKay

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Tarde da noite, Kate Dobiasky (Jennifer Lawrence), estuda o céu, buscando dados para sua tese de doutorado em Astronomia na Universidade de Michigan. Ela é muito aplicada. Enquanto todos dormem, ela vasculha os céus.

E, de repente, não podendo acreditar no que vê, pula da cadeira e procura mais imagens do telescópio.

Horror. Um grande cometa está vindo direto para a Terra.

É um “assassino de planetas”, apelido dado a esse tipo de corpo celeste.

Kate se lembra horrorizada de que, há 66 milhões de anos, um asteroide de 10 km de largura atingiu a Terra no lugar onde hoje é o México. Extinguiu 75% de toda a vida no planeta e foi o famoso assassino de dinossauros, que deixou uma cratera de 150 km de diâmetro e 20 de profundidade.

Agora a história se repete, só que muito pior.

Em 6 meses e alguns dias, nossa Terra será destruída e toda vida que há nela.

Kate não quer acreditar em seus olhos e em seus cálculos e chama seu professor, Dr Mindy (Leonardo DiCaprio) para ajudá-la a ver erros em seus números.

Mas para desespero de ambos os números estão exatos e o que ninguém acredita vai acontecer. O fim do mundo.

Pensando em providências, os dois chegam na antecâmara do Salão Oval mas nada acontece como pensaram os cientistas.

A Presidente Jane Orlean (Meryl Streep) está mais preocupada com a reeleição. Seu filho Jason (Jonah Hill), inconsequente e psicopata, acompanha a mãe por todo lado, carregando documentos “top secret” numa brilhante Birkin da Hermès. Os dois fazem piadas com as tragédias anunciadas pelos cientistas.

A imprensa e a mídia social não ficam atrás.

O programa de TV que tem uma super audiência e é comandado por uma loura esfuziante e vulgar, Brie Eventee (Cate Blanchett) e Jack (Tyler Perry), dá alguns minutos para os cientistas mas fazendo tão pouco caso e rindo tanto, que Kate tem um surto e grita a verdade que ninguém quer ouvir. É o fim do mundo e todos vão morrer.

Claro que é retirada e entram os comerciais. Memes de todo tipo invadem a mídia caricaturizando a cientista louca.

Ou seja, o roteiro escrito pelo próprio diretor, Adam McKay, adaptando a história de David Sirota, fala sobre a humanidade e como tratamos o tema da morte. Ou seja, com descaso. Olhando para o outro lado. Mudando de assunto. Esquecendo rápido. Negando. Mentindo. Isso só acontece com os outros. Nunca encarando de frente o perigo final.

O que dá ainda maior relevância ao filme, que é uma sátira bem conduzida, é o fato de que o roteiro foi escrito antes da pandemia. E vimos como muitos se comportam, ainda, frente a um vírus que ameaça a todos. Falta conscientizar muitos de que a ciência desrespeitada é uma amaça à vida.

As interpretações do elenco brilhante estão à altura dos atores, quase todos ganhadores de Oscar, mas Leonardo DiCaprio assusta com a sua angústia e impotência frente aos fatos e sua postura no personagem do cientista aceitando tranquilamente seu destino. Ele está magnífico.

Mais uma produção NETFLIX que vale a pena ver. E pensar no assunto depois.

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Emily em Paris – Segunda Temporada

“Emily em Paris - Segunda Temporada”, Estados Unidos, 2020

Direção: Andrew Fleming e outros

Quem viu a primeira temporada, certamente esperava a segunda. Ficamos atraídos pela série criada por Darren Star, que traz uma jovem executiva de 20 e poucos anos vinda de Chicago e se deslumbra com Paris, “Cidade  das Luzes”, a Tour Eiffel, o Sena, praças com fontes, parques, recantos deliciosos, comida divina e muitas outras descobertas. Nessa época de poucas viagens como é lindo rever Paris.

Emily Cooper vai se jogar no “glamour” de seu emprego na agência “Savoir” que trabalha no marketing de produtos de luxo.

Só que tem um pequeno detalhe. Ela não fala uma palavra de francês. E lá vai ela para um curso para aprender a lingua e isso acaba por aproximá-la de um jovem inglês negro atraente mas nada romântico.

Emily vai tentar transformar esse rapaz. Os dois tem química e ela, que ainda pensa em Gabriel, o Chef da Normandie, bonitão e simpático, vai focar em Alfie. Mas, dúvida cruel, um ou o outro? O fato é que Gabriel namora com Camille, amiga de Emily, mas paquera Emily. Ela vai tentar se afastar dele. Vai conseguir?

E infelizmente, ela já tem inimigos de sobra, ou melhor, pessoas que acham que ela não entende nada, nem nunca entenderá o que é o luxo para os franceses, que pouco tem a ver com dinheiro.

A dona da agência Sylvie Grateau ( Philippine Leroy-Beaulieu), por exemplo, uma parisiense chiquérrima, acha que Emily precisa aprender muito ainda sobre o mundo da moda e do luxo.

E, mesmo quando a americana jovem tem boas ideias, que são aprovadas, ela faz questão de dizer que, entre elas são só negócios, nada de pessoal.

Mas o foco da série são os “looks” de Emily. Não se sabe onde ela descola as roupas que usa e acessórios combinando. São criações de Patricia Field, divertidas e exageradas. E chamam a atenção. Uma capa metalizada azul e vermelha e um vestido preto e branco que revive uma coleção dos anos 80 de Saint Laurent, sem esquecer o vestido vermelho de mangas quase asas, são os mais bonitos. Mas é roupa para mulheres muito jovens e lindas.

São saias curtíssimas e tops “oversize”, tudo muito extravagante.

Os personagens em torno a Emily são bem interessantes. Tanto os colegas da agência, quanto sua companheira de quarto, a chinesa Mindy, rica herdeira escondida em Paris que canta divinamente (Ashley Park) e também a americana grávida ( Kate Walsh), que gosta de Emily e não aprova a francesa Sylvie.

Os 10 capítulos são curtos e dá para maratonar. E vem aí a terceira temporada certamente. Porque no final ainda resta a dúvida cruel de Emily.

Veremos.

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