Noite do Oscar 2017
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Noite da cerimonia do Oscar 2017
Depois do “Red Carpet” que mostrou as atrizes vestindo longos brancos com prata, alguns vermelhos e outros dourados, começa a noite do Oscar com muita vibração. Justin Timberlake põem todo mundo da grande plateia para dançar e a atmosfera é de alegria. Como deve ser sempre nesta noite tão esperada.
Mas aí começou o mal estar… O mestre de cerimonias, Jimmy Kimmel, sem a menor empatia com o público, faz um discurso chocho pregando união na América.
Depois, dirige-se a alguns dos convidados e indicados ao Oscar e, para minha surpresa, diz para Isabelle Huppert, francesa educada, que não tinha visto seu filme, “Elle”, mas que todos gostavam dela. Isabelle faz cara de paisagem e a câmera da TV focaliza outra pessoa. Foi deselegante, no mínimo.
Quem foi que teve a infeliz ideia de convidar esse senhor para animar a noite?
E os prêmios começaram com o melhor ator coadjuvante indo para as mãos de Mahershala Ali, de “Moonlight”. Jimy Kimmel pergunta para ele, já na plateia, que devia ser difícil escolher um nome para o filho dele. Confessa que não sabe pronunciar seu nome. O ator retruca que é muito fácil. Seu filho chama-se Omar. Nossa, pensei eu com os meus botões, xenofobia assumida?
Mas me distraí com prêmio de cabelo e maquiagem que foi para “Esquadrão Suicida”e figurino para a tão oscarizada Colleen Atwood por “Animais Fantásticos e onde habitam”.
Entram as três negras de “Estrelas além do Tempo”, lindas e felizes e homenageiam uma senhora da NASA em cadeira de rodas que vem a ser uma das personagens do filme. Dão o Oscar de melhor documentário para “O J: Made in America”.
A canção da animação “Moana” é apresentada com um belo visual e uma moça bonita, cantando bem.
Aparece a presidente da Academia e faz o discurso de praxe e logo depois aquele senhor Kimmel anuncia que cinema sem doce não tem graça. Imediatamente caem guloseimas do teto do teatro. Fiquei sem saber se gostava disso…
O fato é que a minha noite não estava correndo bem. Mas fingi que não vi e aplaudi o Oscar de edição de som para “A Chegada”e mixagem de som para “Até o último homem”de Mel Gibson.
Quando Viola Davis ganha o Oscar de melhor coadjuvante em “Um limite entre nós – Fences”, eu renovo meu ânimo com o discurso emotivo que ela faz, muito aplaudida.
Charlize Theron, sempre monumental, entra com Shirley MacLaine e entregam o prêmio de melhor filme estrangeiro para “O Apartamento”do diretor iraniano Asghar Farhadi. Claro que ele não estava lá e mandou uma engenheira iraniana que foi astronauta receber seu prêmio e ler algumas palavras de agradecimento.
Quando Gael Garcia Bernal disse que, como mexicano não aprovava muros, a música tocou mais alto e o melhor curta foi “Piper” e a animação vencedora “Zootopia”da Disney.
O prêmio para desenho de produção foi o primeiro de ”La La Land”.
E vem aquele mestre de cerimônias anunciar que turistas desavisados foram levados ao teatro sem saber do que se tratava. A confraternização esperada foi rápida e sem graça,
Mas vamos lá, disse para mim mesma, o melhor vem depois. E “Mogli”ganha o Oscar de efeitos especiais, merecido. E o filme de Mel Gibson ganha o segundo Oscar, melhor montagem.
Na plateia o Kimmel entrevista o ator mirim de “Lion”e é outro desconforto…
Mas lá vem Salma Hayek com o prêmio para melhor documentário curta, “White Helmets”, sobre voluntários humanitários na guerra da Síria. E o melhor curta é “Sing”.
Xavier Bardem e Meryl Streep entregam o segundo Oscar, de fotografia, para “La La Land”. E o ponto alto da noite acontece. Emma Stone e Ryan Gosling anunciam as duas canções de “La La Land”indicadas para o Oscar. John Legend canta as duas divinamente. E Justin Hurwitz ganha em seguida o Oscar de melhor trilha sonora para “La La Land”e volta para ganhar o Oscar da canção “City of Stars”, quarto Oscar do filme.
O “In Memoriam”foi bonito.
Ben Affleck e Matt Damon entregam o Oscar de melhor roteiro original para Kenneth Lonergan de “Manchester à Beira Mar”, aplaudido e merecido. E melhor roteiro adaptado é de “Moonlight”. Perfeito!
Não…Outra vez caem lanchinhos do teto…
E o quinto Oscar de “La La Land” vai para Damian Chazelle, o talentoso diretor de apenas 32 anos.
E Brie Larson, melhor atriz do ano passado passa o Oscar de melhor ator para Casey Affleck pelo seu papel em “Manchester à beira mar”. Não podia ser de mais ninguém.
E Leonardo DiCaprio, o melhor do ano passado, chama Emma Stone para ganhar o dela, como melhor atriz. Ela está encantadora e cantando lindamente no filme que conta já com seis Oscars.
E foi aí que aconteceu o grande desastre da noite, se não bastasse o mestre de cerimônias, os docinhos e os turistas. Fay Dunaway e Warren Beatty, a dupla de Bonnie and Clide” anunciam “La La Land” como o ganhador de melhor filme do ano. O elenco, menos Ryan Gosling sobe ao palco, recebe o Oscar e… o ganhador na verdade era “Moonlight”…
Não sei como explicar tamanha falta de responsabilidade. Em concurso de Miss a gente já viu isso. Mas no Oscar?
Só sei que imagino a decepção do pessoal de “La La Land” e o sucesso roubado de “Moonlight”. Vergonha.