Eleonora Rosset - Uma Psicanalista vai ao Cinema

Adaptado do livro de mesmo nome e dirigido pelo autor do livro, o filme transpira sinceridade.

Charlie é recém chegado no ensino médio. Tímido ou melhor retraido, tem medo que falem dele como “aquele garoto que foi internado”. Foi mesmo mas não quer falar sobre esse assunto.

Algo doloroso aconteceu com ele, que sofria de síndrome pós traumática. Seu melhor amigo tinha se suicidado e a tia morrera num acidente de carro.

O vemos escrevendo uma carta para um amigo sem nome, talvez ele mesmo, onde desabafa seus medos e triunfos, os acontecimentos que marcaram sua vida aos 16 anos.

No início foi difícil mas Charlie encontra seu primeiro amigo no professor de “Inglês Avançado” que percebe o interesse do menino. O único da classe que entendia as perguntas do professor.

Encontrar amigos de sua idade foi mais difícil ainda. Mas Sam (Emma Watson) e seu meio-irmão Patrick (Ezra Miller) simpatizam com Charlie e o apresentam para a turma deles.

Charlie (Logan Lerman) logo se aproxima de Sam, que está se formando naquele ano e escolhendo a universidade que vai cursar. E a lindinha de cabelos curtos logo ocupa o coração dele. Mas Charlie não se declara. Ela tinha namorado.

O clima entre Charlie e seus amigos de agora, é leve por fora mas pesado por dentro. Os rapazes gays não saem abertamente do “armário”. E o pai de um deles dá um flagrante no filho.O ambiente fica tenso.

Charlie experimenta todas as drogas dos anos 80.E passa mal, claro.

A frase “aceitamos o amor que achamos que merecemos”, é dita a Charlie pelo professr que gosta dele.

Charlie é muito ingênuo e seu primeiro beijo e a primeira namorada acontecem meio sem querer.

O pior é que Charlie arrasta um caminhão de culpa pela tia que morrera mas não pensa nos abusos que sofreu.

Leva algum tempo para Charlie entender o que se passa com ele. Mas terapia e remédios ajudam a lidar melhor com a realidade e parar de alucinar.

E tudo vai passar. O final da adolescência é um luto pela infância que não vai voltar nunca mais.

E Charlie imita Sam que adorava levantar-se e ficar de braços abertos  no túnel iluminado, “voando” e gritando.

Assim também, com essa sensação de liberdade, Charlie dá as boas vindas para o resto de sua vida.

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Por que a guerra?Indagam Einstein e Freud numa troca de cartas em 1932. Nelas, cada um desses grandes homens expõe seu ponto de vista.

Foi Einstein quem convidou Freud para opinar sobre a questão. E escreve:

“Pode haver somente uma resposta. É porque o homem carrega dentro de si um desejo de ódio e destruição.”

Por sua vez Freud coloca que “…de nada vale tentar eliminar as inclinações agressivas dos homens.” E ensina que só a civilização pode nos livrar da guerra. O que é difícil.

Por isso filmes como “A Batalha Esquecida” são úteis para pensarmos sobre a crueldade da guerra não só para os soldados que lutam, mas para todos os civis por onde ela passa.

O filme conta sobre a batalha do rio Escalda que causou destruição e um grande número de mortos: 2.283 civis,3.231 aliados e 4.250 alemães. A batalha evitou a tomada do porto de Antuerpia, na Bélgica, em setembro de 1944, barrando os alemães.

No filme vemos muitos jovens jogados no cenário horripilante do frio, lama, balas e bombas.

Então não dá para não pensar no que passam os ucranianos e russos envolvidos nessa outra guerra sem fim, em pleno século XXI. Assusta o mundo todo.

Como fazer para que o bom senso indique o caminho?

Há três personagens principais no filme: um jovem  piloto inglês bem nascido que vai ter que tomar decisões vitais, um garoto holandês que luta do lado errado e um membro da resistência holandesa corajoso e que ama seu país.

Estamos no século XXI e a guerra continua a existir, agora com o perigo de envolver a Europa, com o uso de armas sofisticadas e mais destruidoras do que nunca.

Quando é que vamos ter paz na Terra? Onde estão os homens de Boa Vontade?

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