Três Cristos

“Três Cristos”- Three Christs”, Estados Unidos, 2017

Direção: Jon Avnet

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Nos anos 50 do século passado, os hospitais psiquiátricos tratavam os pacientes graves com eletrochoque, coma induzida por insulina, lobotomia frontal, litium e quase nenhuma terapia.

O filme conta uma história real vivida pelo dr Milton Rokeach (Richard Gere no filme), psicólogo social.

Ele escreveu e publicou no livro “Os Três Cristos de Ypsilanti” sua experiência com três pacientes diagnosticados como esquizofênicos paranóides, vivendo numa instituição em Michigan.

Em sua proposta, nada de tratamentos tradicionais. Ele isolou os três pacientes e iniciou uma terapia centrada em conversas com os pacientes entre si e com ele, sempre acompanhado de sua assistente (Charlotte Hope), que tomava notas das conversas.

Isso aconteceu no final dos anos 50, início dos anos 60, quando movimentos a favor da abertura de hospitais psiquiátricos estavam na moda na Europa. Alguns abriram e o resultado foi o abandono dos doentes graves por suas famílias. O que era ruim, ficou pior para os doentes.

No filme, Richard Gere é o dr Alan Stone, que faz a terapia que ele entende que fará bem aos pacientes. Não há nenhum método nem teoria para o dr Stone, que parece que nunca fez terapia na vida e, portanto, vai se envolver de forma caótica com o grupo.

Lá pelas tantas, o filme sugere que a mulher do dr Stone é alcoolatra e faz aparições no hospital, com ciúmes da assistente do marido.

Bem, o mais grave é a mentira nas cartas que os pacientes pensam que mandam para o dr Stone e para o diretor do hospital e que são respondidas pela assistente com sugestões de como devem se comportar.

O ambiente criado está longe de ser terapêutico.

Assim, Leon (Walton Goggins), quer ser chamado de ”Deus”. Joseph (Peter Dinklage), diz que é “Jesus Cristo de Nazaré “. E Clyde (Bradley Witford) acredita que é “Cristo”, mas não de Nazaré. A assistente do Dr Stone é tratada pelos “Cristos” como ”Deusa”, objeto de desejo.

O dr Stone escreveu um artigo na revista ”Psychology Today” e foi a capa da edição.

Infelizmente, mas como era de se esperar, não houve nenhum avanço na saúde mental dos “Cristos” nesse tipo de condução da “terapia” do dr Stone, que foi demitido do hospital quando ocorreu uma tragédia.

A verdade é que o dr Rokeach usou dos três ”Cristos” para experimentar uma hipótese sem nenhum amparo científico.

Hoje em dia psiquiatras formados em Medicina medicam pacientes esquizofrênicos para evitar surtos e alguns deles vivem uma vida melhor. Sabemos que tais pacienes reagem bem a ambientes acolhedores mas ainda não podemos falar em cura.

Moral da história : Boa vontade às vêzes, faz mais mal do que bem.

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Emily em Paris – 3a Temporada

“Emily em Paris – 3a Temporada”- “Emily in Paris ”, Estados Unidos, 2022

Direção: Andrew Fleming e mais cinco

Tudo começa com um pesadelo. Emily Cooper (Lily Collins), vestida de cor de rosa, corações e plumas idem, sonha que está no alto da Torre Eiffel. Desiquilibra e cai.

Este será o destino de Emily nessa 3ª temporada?

Tudo começou bem. Leve e divertida, bem charmosa, Emily demonstrava aos franceses, no caso a dona da agência de publicidade para a qual veio trabalhar, que os americanos tem coisas para ensinar ao resto do mundo.

Nessa 3ª temporada, entretanto, ela parece perdida. Não consegue escolher entre as duas agências, a ”Savoir” de Madaline (Kate Walsh) e a de Sylvie. Arranja tempo para aparecer nas duas e inventa mentiras. Tem ideias como  ninguém.

Cobiça o chef Gabriel (Lucas Bravo) que namora Camille (Camille Razat), amiga dela, enquanto sai com Alfie (Lucien Laviscount).

Fazendo de sonsa charmosa ela consegue sempre o que quer. Quem viu as duas temporadas anteriores sabe bem disso. Mas agora, até aulas de francês ela tem que assistir para dar conta do recado. É isso ou não quer mais ir embora?

Lily Collins tem graça, beleza e está muto bem no papel da deslumbrada Emly. Por ela aguentamos a falta de assunto. E tem também aquelas tomadas aéreas de Paris, indispensáveis para os amantes da “Cité des Lumières”.

Quem se sai muito bem dessa vez é a melhor amiga de Emily, com quem ela divide o apartamento. Mindy Chen (Ashley Park) canta muito bem e tem os melhores looks dessa temporada. Bonita, simpática e boa atriz ela conquista espaços.

Por falar nisso, a figurinista da série, Marylin Fitoussi, erra quase que em todos os looks de Emily. Com exceção dos casacos estampados longos. Todo o resto muito vistoso, enfeitando pouco e chamando a atenção pelo lado excêntrico.

E quando as duas donas de agência vão com o mesmo vestido a um evento, fica fácil dizer quem é a francesa e quem é a americana. Só pelos acessórios.  Muitos na americana e quase nada na francesa. Um acerto da figurinista.

E como diz o ditado citado: “Não fazer uma escolha também é uma escolha”, Emily deixa rolar.

A série não se propõe a ser mais do que apresenta. É um passatempo leve e bem produzido. Sem drama ecom leveza.

E a quarta temporada vem no fim de 2023. Assim dizem.

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