Cavalos Selvagens

“Cavalos Selvagens” - “Caballos Salvages”, Argentina, 1995

Direção: Marcelo Pineyro

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Não estar morto não significa estar vivo. Pois é assim que pensa aquele senhor com mais de 70, e um revólver na garganta, quando ameaça matar-se se não lhe devolverem o dinheiro que o banco não ignora que lhe deve. Depois de milhares de e-mails não respondidos, exige que o façam agora. Seus 15.345 dólares, nem mais nem menos.

Mas antes que lhe neguem mais uma vez os seus direitos, um rapaz que ali trabalha o ajuda a sair do escritório, assumindo o papel de refém.

E eis que os dois, por acaso, encontram dando sopa numa gaveta da sala da vice-presidência, muito mais que os míseros dólares devidos. E levam tudo com eles. Surpreendentes 500.000 dólares. Dinheiro sujo certamente.

E começa uma viagem na qual o rapaz (Leonardo Sbaraglia)  e o velho anarquista (Hector Alterio) encaram suas diferenças de temperamento e existenciais.

Uma troca de papéis espera a dupla que, de ladrões fugitivos, passa a ser recebido como heróis pelo povo argentino que encontram pelo caminho rumo à Patagonia. Uma chuva de 500.000 dólares e vídeos mandados para a televisão os transformam em “Os Indomáveis”.

E a dupla vira trio quando uma mocinha “punk” (Cecilia Dopazo) junta-se a eles.

O filme, um clássico do cinema argentino, foi considerado como um dos melhores retratos dos anos 90 no país. O roteiro, fotografia e edição, além da atuação esplêndida dos atores e as belas paisagens da Patagonia, se aliam num elogio à solidariedade, amizade e gosto pela aventura. Mas principalmente, à liberdade.

A realização de um sonho, que quase não aconteceu, encerra o filme num movimento amoroso. Valeu estar vivo e fazer acontecer o que o velho José mais queria.

“Cavalos Selvagens” é divertido, não tem momentos tediosos, ensina muita coisa, inclusive que nunca abandonemos aquilo que nos faz melhores, a luta pelos nossos sonhos.

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Demais para mim

“Demais para mim”- “Sul piu Bello”, Itália, 2020

Direção: Alice Filippi

Aquela garota morena e baixinha não é nenhuma beldade. Mas tem um sorriso aberto e cativante. E, além da aparência, há algo nela que nos comove. Ela tem pressa de ser feliz. Ficamos sabendo que tem uma doença grave que pode matá-la, sem aviso prévio. Sofre de fibrose cística, uma rara doença genética dos pulmões.

Mora na casa que foi de seus pais, mortos num acidente. É órfã e carente. E mora com dois amigos que são sua família.

Marta (Ludovica Francesconi) não é chorosa nem deprimida. Tem uma alegria de viver que a ajuda a enfrentar a doença que a aflige. Ela é positiva, acredita sempre no melhor que vai acontecer e, quando tudo não são flores, ela chora porque é humana. E procura o conforto com os amigos que a adoram e sabem consolá-la.

No primeiro filme, Marta quer conquistar o mais bonito garoto do pedaço. Vai conseguir?

“Demais para mim” tem locações em Turim e os personagens vestem-se de cores alegres e cada um no seu estilo próprio.

Os atores são todos jovens e passam uma mensagem sobre como é importante viver cada minuto, já que o fim é certo.

“Demais para mim” tem duas sequências da história de Marta. São dois filmes: “Mais que demais para mim” (“Ancora piu bello”) e “Eternamente demais para mim” (“Sempre piu bello”).

Os três filmes são divertidos e tem um encanto que nos envolve e nos leva a pensar sobre a vida e seus altos e baixos.

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