Guerreiras

“Guerreiras” – “Les Combattantes”, França, 2022

Direção: Alexandre Laurent

A Primeira Guerra, que começou em 1914 na Europa, colocou franceses e alemães em campos de batalha opostos. Foi uma guerra especialmente cruel, tendo soldados lutando corpo a corpo, baionetas perfurando inimigos, vítimas do gás letal morrendo sufocados e 17 milhões de mortos no final.

O filme tem locação na bela Alsácia, montanhas verdes no verão e bosques ensolarados. Essa região francesa, no leste do país, faz fronteira com a Suissa e a Alemanha. Muitas guerras fizeram essa parte da Europa mudar de nacionalidade, ora francesa, ora alemã. Mas quando começa a Primeira Guerra a Alsácia era francesa.

Para conquistar Paris, os alemães precisavam tomar o último obstáculo, o exército francês, na cidadezinha de Saint-Paulon.

No convento de freiras instala-se um hospital para receber os feridos. A fábrica de cerveja transforma seus caminhões em ambulâncias e a casa dos donos da fábrica recebe o general e os comandantes graduados. Os campos abrigam os soldados em tendas. O bordel serve para afastar as mentes do medo da morte nas mãos dos inimigos.

A ideia da série foi de Cecile Lorne que quis contar a história dos bastidores da guerra, onde cenas decisivas mostrariam o quanto as mulheres trabalhavam para ajudar os soldados.

Uma prostituta parisiense, Marguerite de Lancastel (Audrey Fleurot), chega em Saint-Paulon com uma esperança; uma freira, Agnès, madre superiora do convento (Julie de Bona), enfrenta um desafio; uma enfermeira, Suzane Faure (Camille Lou), foge da polícia acusada de fazer abortos e uma dama burguesa, Caroline Dewitt (Sofia Essaid), casada com o dono da fábrica, enfrenta sua sogra Eléonore (Sandrinne Bonnaire).

As atuações de todos os atores nos mais diversos personagens é excelente e a narrativa é ágil.

Além do papel das quatro mulheres mostrar como foram importantes no desenvolvimento da guerra, há romances e segredos que entrecruzam.

Mortes, sangue, gemidos, sexo e drogas acontecem nos lugares por onde circulam os personagens. Os homens na sua maioria machistas e cruéis. Mulheres submissas se tornam líderes quando os homens que vão para a guerra e voltam feridos, precisam delas.

Essa é uma minissérie que prende a atenção nos seus 4 episódios e que, apesar da tragedia e inutilidade da guerra, coloca em cena outros sentimentos, já que a vida continua, apesar dos pesares.

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