A Troca

“A Troca”- “The Changeling”, Estados Unidos, 2008

Direção: Clint Eastwood

Clint Eastwood (atuais 91 anos) é um diretor que tem se dedicado a nos emocionar, com filmes muito humanos como “A Menina de Ouro”, “Gran Torino” e seu mais recente “Cry Macho”, depois de seus famosos faroestes.

“A Troca” é comovente e baseia-se em um fato da vida real, que aconteceu no fim dos anos 20 em Los Angeles.

Christinne Collins (a bela Angelina Jolie) trabalhava no centro telefônico da cidade e ajudava as telefonistas a completar ligações, usando patins porque o lugar era enorme. Ia de um lado para o outro ajudando e tirando dúvidas.

Naquele dia tinha prometido levar ao cinema seu filho Walter (Gattlin Griffith) de 8 anos. Quando não o encontrou em casa nem nas redondezas, ficou muito preocupada porque o habitual era se encontrarem depois do trabalho dela e da escola do menino.

Ela ainda não sabia mas Chistinne vai ter que enfrentar um calvário na busca desse filho desaparecido. A polícia de Los Angeles, que ela procurou imediatamente, tinha outras coisas mais importantes com que se preocupar e são pouco receptivos aos lamentos da mãe do filho sumido.

Passa o tempo e nada de uma busca feita com empenho, como seria o esperado. O sofrimento da mãe solteira amorosa comove o público e faz manchetes nos jornais contra a polícia de Los Angeles. O pastor presbiteriano, interpretado por John Malkovitch, coloca-se em defesa de Christinne.

Como o caso é muito popular e põe a polícia numa posição delicada, acusada de incompetência e corrupção, seis meses depois do desaparecimento do menino, Christinne recebe um telefonema com a notícia de que o filho dela teria sido encontrado.

Na estação de trem a mãe ansiosa e os policiais, atentos aos flashes que recuperariam a boa fama da polícia nos jornais, aguardam.

Mas quando um menino sai do trem e corre para ela, Christinne tem uma reação de espanto e decepção.

“- Este não é o meu filho” diz ela, causando alvoroço e descontentamento nas autoridades responsáveis presentes.

E o impasse foi resolvido a favor da polícia. Insistiram que fizesse a foto “mãe e filho” para os jornais, alegando a forte emoção para a atitude de Christinne.

E aconselhando que ela levasse o menino por um período de experiência. Sem ter como fazer outra coisa, ela acata a ordem. Mas pouco durou a trégua. Inconformada, ela proclama em alto e bom som que aquele não era mesmo o filho dela. E cobrava novas diligências da polícia.

Conclusão? Internaram a “louca” num hospital psiquiátrico. Felizmente o pastor vem em seu auxílio, levando o caso para a justiça. Enquanto isso, o detetive Lester Ybarra (Michael Kelly) descobre a pista de um “serial killer” que pode ser a chave para a descoberta do menino desaparecido.

Clint Eastwood acerta no ritmo do filme, no suspense e na direção dos atores. Angelina Jolie está perfeita no papel da mãe solteira, perdida frente à polícia que tem um comportamento abusivo com ela, mas mesmo assim lutando com coragem para ter seu filho de volta. A produção de arte faz uma bela reconstituição de época e Clint Eastwood assina também a música do filme.

Um filme que mostra uma tragédia pessoal sem virar um dramalhão.

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