Late Bloomers
“Late Bloomers – O Amor não tem Fim”- “Late Bloomers”, França/Bélgica/Inglaterra, 2011
Direção: Julie Gavras
Os jovens não acreditam que vão envelhecer…Mas é o que acontece a todos nós, mais cedo ou mais tarde.
Esse é o assunto de “Late Bloomers”, dirigido por Julie Gavras, filha do famoso director de cinema Costa-Gavras.
Ao som de um mambo, Isabella Rossellini, sempre bela e mais gordinha, aparentemente sem cirurgias plásticas e um William Hurt, ainda bem charmoso, fazem o casal que está chegando aos 60 e começa a envelhecer, quer queiram, quer não.
Ela sofre uma crise de perda de memória e se preocupa. Ele, arquiteto famoso, cerca-se de um grupo de jovens para não pensar na idade que tem.
Mary e Adam tem três filhos adultos e eles também se preocupam quando os sinais de envelhecimento parecem trazer problemas para a estabilidade do casal, juntos há mais de 30 anos. Como lidar com pais que ficam velhos?
A bisavó, mãe de Mary (Doreen Mantle), é uma personagem deliciosa. Séria e ao mesmo tempo mais leve que a filha:
“- Quanto menos esses bisnetos me verem, melhor para eles”, diz com convicção.
“- Não tem TV? Ótimo! Assim vocês vão aprender a se entediar, o que é um excelente aprendizado para toda a vida!”, acrescenta ela às crianças espantadas e mal-humoradas.
Pois é. A vida não se resume à juventude.Há que ter inteligência emocional para se adaptar aos achaques da
velhice, que atacam quase todos, depois dos 60 anos.
E não é só isso. A sexualidade e a sensualidade, motores importantes dos seres humanos, sofrem mudanças, algumas bem penosas.
Assim, Mary sofre com a ausência de olhares masculinos. Tornou-se invisível aos olhos dos homens? Não seduz mais ninguém?
Adam lança mão do casaco de couro mas percebe, a tempo, que o hábito não faz o monge.
Tempo cruel o da velhice?
Depende. “Late Bloomers” acena com um sorriso para o enfrentamento das dificuldades que surgem com a idade.
E a platéia no cinema, sobretudo os que já conhecem os problemas que desfilam na tela, ri muito e se identifica.
Os mais jovens talvez achem chato esse filme que ainda não diz nada para eles. Mas aguardem. E observem os pais, tios, avós. Porque, se não aprenderem com eles a lidar com a passagem do tempo, pode ficar difícil depois.
“Late Bloomers”, um filme despretensioso, quer ajudar a compreender o que a idade traz, com humor e delicadeza.
Aliás o titulo em inglês fala de um novo desabrochar, um florescimento tardio, que seria a maneira criativa de enfrentar essa fase da vida de que só escapa quem morre cedo.
A própria diretora esclarece:
“- Acontece que, há 30 anos, quem tinha 60 era visto como muito velho. Agora não é mais o caso. Essa é uma geração que tem coisas diferentes para inventar”, disse ela quando apresentou seu filme na 35a Mostra de Cinema de São Paulo.
E então sessentões? Mãos e corações à obra?
“Palavra de sessentão” a beira do setentinha:
fazendo coro com seu texto, Eleonora, o filme é divertidamente sério, imperdível, obrigatório e otimista, apesar da cruel realIDADE do tempo; e apesar de encontrar poucas estrelinhas classificando o filme.
E pondo “mãos e coração à obra” – vc provocou! – ouso dizer aos de menos de 38 anos (leia-se, abaixo de 60): é uma chance de aprenderem – sem dogmatismos ou auto ajuda – que uma das coisas importantes do VIVER é saber rir de si mesmo e de suas limitações . E mais, vai estar preparando seu futuro, que pensamos longe, mas chega perto rapidamente. Pra nós que “surfamos” esse pós “38”, nos faz lembrar que – sejamos cyborgs ou filhos de frankenstein (vendo o filme “vai-se” entender a “piada”), o que importa é o MOOD com que a gente reage à cada realIDADE nossa.
Wilson,
Vc está em boa sintonia com a sua idade. E passou um bom recado para os quarentões. É isso aí a msg desse filme, como eu disse despretensioso mas ” divertidamente sério” como vc disse.
Bjs
Oi,querida
Vou assistir esse filme hoje…
Temática importante.
AGING com humor de preferencia…
bjss
Sonia Clara
Temática boa apesar da péssima tradução do título para Late Bloomers. Achei Isabella muito parecida com sua mãe, porém um pouco demais matronizada, e William Hurt bem em forma. O filme sensível, com necessidade de alguns retoques talvez. Love Heddy Dayan
Minha querida,
Não posso dizer que este filme seja original porque a vida,no seu cotidiano, é universal. A forma cinematográfica é que pode dar originalidade a qualquer tema.
O interessante desse filme é que o “sujet” recebe para este momento inexorável da vida, que é o envelhecimento(aging),seus efeitos colaterais e como lidar com eles, um tratamento bem humorado sem que o espectador perca a sua reflexão.O filme é simples como os acontecimentos. A mulher que vai perdendo os seus encantos, o homem mais frágil, os filhos preocupados, a mãe que morre, a provisória separação, o repensar a vida e, assim, a filha de Costa Gavras, cujo pai já nos presenteou com obras primas como “Z”,nos encanta com esse filme onde em alguns momentos estamos todos lá.
Isabella Rosselini, faz um trabalho sincero e Willian Hurt perfeito naquele homem acabrunhado em sua midle age.
Bom humor e pé na tábua!
bjs
Sonia Clara
Sonia clara querida,
É isso aí. Bom humor para falar de um assunto que não é mt fácil para a maioria das pessoas mas que todos vamos ter que enfrentar mais cedo ou mais tarde.
Ótimos atores que provávelmente puseram coisas deles mesmos nos personagens, enriquecendo assim o lado humano e a nossa identificação com eles.
Divertido e comovente.
Bjs
Eu adorei o filme! A bisavó é mesmo uma personagem deliciosa, uma mulher forte, capaz de matar um homem com aqueles seus panetones e de ensinar os netos, deixando-os entregues ao próprio tédio. William Hurt – o advogado galã de “Corpos Ardentes” – envelheceu com charme, sexagenário sexy. (Ótima a última cena do casal na cama, ele explicando que as dores e o reumatismo melhoraram a performce.) Bom roteiro, boas tiradas, música bacana. Gostei, Eleonora, obrigada pela dica.
Desculpe, digitei errado. Leia-se “performance”.
Apreciei a sua valutaçao.Obrigada para esse inteligente serviço. Isabella
brilhante esta tua forma de ver o envelhecer-amadurecer, com uma pitada de humor e amor. E isto aí, voce nos lança a novos desafios que as dores deste”encontro-fantasma” nos levam a temer.
Obrigado
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Minha Sinopse
Nasci em São Paulo, Capital. Sou a primeira filha de sete irmãos nascidos de Yvette e Octavio Pereira de Almeida, casada com Ivo Rosset. Estudei Psicologia na PUC de SP e Direito no Mackenzie. Sou psicanalista, membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise de SP. Atendo em meu consultório há mais de 30 anos. Sempre adorei cinema, desde as sessões Tom e Jerry, passando pelo Cine Bijou até o saudoso Belas Artes. Meus filmes preferidos: “Morte em Veneza” de Visconti e “Asas do Desejo” de Wim Wenders.
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