O Violino do Meu Pai

“O Violino do Meu Pai”- “Babamin Kemani”, Turquia, 2022

Direção: Andaç Haznedaoglu

Os filmes turcos estão agradando muitos que assinam a NETFLIX. São leves, mesmo quando há elementos trágicos na história, os atores são competentes e geralmente a fotografia é bela e os cenários naturais interessantes. Os enredos são previsíveis mas, mesmo assim, os espectadores mais sensíveis ficam com os olho marejados. A certeza é a de que os finais são felizes.

Em “O Violino de Meu Pai” a tudo isso somamos uma ótima trilha sonora com violinos e uma menina de 8 anos, que se destaca porque é engraçada, tem longos cabelos ruivos e dança com prazer e entusiasmo. Logo estamos torcendo por ela (Gulizar Nisa Uray).

A história acontece em Istambul, capital da Turquia, uma cidade que é dividida pelo estreito de Bósforo. De um lado da ponte que atravessa o rio é Europa, do outro a Ásia. A cena inicial mostra a Mesquita Azul e a Agia Sophia, antiga catedral e depois museu, hoje também mesquita, cercadas pelo casario de telhados ocres e construções de pedra.

É noite e dois homens protagonizam uma conversa na porta de um teatro onde acabara de acontecer um concerto. Um deles (Engin Altan Duziatan) alto, bem apessoado e com roupas elegantes é o “virtuoso”, violinista, aplaudido há pouco pela plateia em pé. O outro (Selim Erdogan), pálido e mal vestido, é interpelado pelo musicista:

“- O que faz aqui? ” pedindo à sua mulher que o acompanhava para seguir na frente. Pega uma foto que o outro lhe entrega. Dois meninos sorriem para a câmera.

“-Já tive uma foto como essa. Rasguei. O que vem fazer aqui depois de 32 anos? “ diz com frieza.

“- Não consegui falar com você. A Itália é longe. Mas vim te contar que você tem uma sobrinha de 8 anos. Parecida com você. E toca violino. ” Faz uma pausa e continua, “estou morrendo Mehmet. Ela só vai ter você, seu tio, quando eu me for…”

Os dois são irmãos mas diferentes em tudo. E algo aconteceu para o violinista ficar zangado e querer ir embora sem escutar nem uma palavra a mais:

“- Você fugiu Ali. Eu fiz tudo sozinho. “

E vai. Em casa, diz para a mulher Suna (Belçim Bilgin):

“- Ele tem os mesmos olhos do dia em que me abandonou e fugiu. “

Mehmet e Ali Reza tiveram destinos diferentes. A menina vai também mudar de vida. Até a morte do pai vai continuar se apresentando na rua com ele e três amigos que a adoravam. Ozem dançava com alegria e depois recolhia as gorjetas do pessoal em torno a eles.

Muita coisa vai acontecer entre aquela ruivinha extrovertida e seu tio, frio e distante.

“O Violino de Meu Pai” pode ser um bom programa para esquecermos um pouco esses dias terríveis que estamos vivendo, assustados com o que acontece tão longe daqui mas tão perto através das notícias e fotos trágicas que vemos.

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