2 Jan, 2014

A Vida Secreta de Walter Mitty

“A Vida Secreta de Walter Mitty”- “The Secret Life of Walter Mitty”, Estados Unidos, 2013

Direção: Ben Stiller

A Vida Secreta de Walter Mitty
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O personagem Walter Mitty nasceu em 1939, criação do cartunista James Thurber (1894-1961). Virou filme, “O Homem de Oito Vidas” e é conhecido entre os americanos como o protótipo do sonhador, daquele que vive com a cabeça na Lua e não realiza nada na vida.

Ben Stiller, que dirige e atua no filme, “A Vida Secreta de Walter Mitty”, pensou em reabilitar esse anti-heroi. E o fez de forma imaginativa e divertida.

Tudo começa porque a revista “Life” (paródia da que realmente existiu e ficou famosa por suas capas com fotos incríveis) vai terminar. Não mais será impressa em papel e só vai existir on-line. Uma triste tendência atual que varre do mapa a banca de jornal da esquina. E claro, leva ao desemprego todos os profissionais que não se adaptam ao novo modelo.

Walter Mitty, há 16 anos trabalhando na revista, cuida dos negativos das famosas fotos.

O último número da “Life” vai ter que sair com uma capa espetacular. Mas aí está o problema. O negativo da foto sumiu. Obra-prima do fotógrafo estrela, interpretado com suavidade e carisma por Sean Penn, a foto única e rara desapareceu do filme, que está com Mitty.

É aí que entra a mudança na personalidade do personagem. Seus devaneios, que incluem uma colega de trabalho (Kristen Wig) ou o novo chefe que não vai com a cara dele, transformam-se. Não podemos dizer nem que tudo é verdade, nem que tudo são sonhos, quando Walter resolve viajar pelo mundo seguindo a pista do fotógrafo, na esperança de recuperar a foto que iria sair na capa do último número da “Life”.

O ator Ben Stiller, interpreta Walter como sendo, ao mesmo tempo, um tonto e um gênio. Mas é, principalmente, super esforçado na tarefa de encontrar o fugidio fotógrafo.

As cenas são muito bem feitas e envolvem um turbilhão de imagens em Nova York, Groenlândia e Islândia, quedas de edifícios altíssimos, romance no Ártico, voos de helicóptero com um piloto bêbado, tubarões, corridas em skates, lindas imagens na neve em montanhas altas e um vislumbre do raríssimo leopardo-das-neves, conhecido como o gato-fantasma.

Shirley McLaine faz a mãe de Walter e sua presença maternal na vida dele é vital para a história. Que, aliás, tem um final surpreendente.

Leve, divertido e cheio de imaginação, o filme “A Vida Secreta de Walter Mitty”, surpreende agradavelmente.

Este post tem 0 Comentários

  1. Wladimir Raeder disse:
    janeiro 3, 2014 às 2:26 pm

    Ótima resenha a contextualizar esses tempos
    ‘on-line’ e deve ser um filme imperdível.

    Responder
  2. MARIO FRANCO disse:
    janeiro 6, 2014 às 9:11 pm

    Ben Stiller , podera ganhar roteiro e efeitos
    especiais, so.

    Responder
  3. Luiz Augusto F. Ferraz disse:
    janeiro 7, 2014 às 11:19 pm

    A vida secreta de Walter Mitty – meu 1º filme de 2014

    Logo cedinho, na banca de revista, uma espécie de premonição fez com que eu comprasse uma revista de Luluzinha e Bolinha, dos anos 50. Hoje eu veria o primeiro filme de 2014. O escolhido fora “A vida secreta de Walter Mitty”.
    Eu nem pensava que iria gostar tanto, embora tivesse escolhido com um certo rigor, buscando a aura de iniciar o ano com o pé direito, também no cinema. Fiquei encantado desde as primeiras cenas, com o ritmo, a apresentação dos créditos, um certo ar de revista em quadrinhos, que tanto alegrou aos da minha geração. Walter Mitty, o anti-herói sonhador, fora um personagem criado em 1939, como alguém que se refugia no mundo da lua, em espaço muito próprio. Neste filme ele oscila entre o mundo dos sonhos, a timidez, a ousadia e a genialidade, em um enredo cativante, que o faz responsável pelos negativos das fotos da famosa revista “Life”, que está prestes a encerrar sua carreira em papel para tornar-se apenas virtual. Isso envolverá mudanças radicais, perda de cargos, empregos e novos direcionamentos. O negativo da última capa da revista some e Walter terá que empreender verdadeira odisseia para recuperá-lo, a tempo da última edição, pois se trata-se de uma produção de um dos mais festejados fotógrafos do mundo, difícil de encontrar, já que se embrenha nos locais mais inóspitos para fazer o seu trabalho. As cenas vão passando de New York, Groenlândia, Islândia e Los Angeles, em cenas de tirar o fôlego, acrescidas de informações artísticas e referências, que a mim fizeram passar pelo design do calçadão de Copacabana aos combongós da casa dos Moreira Salles, também no Rio. A mim, repito. Também senti referências caleidoscópicas ao grande artista plástico Olafur Eliasson, dinamarquês que também está em Inhotim – MG, como se o grande quebra-cabeça da vida estivesse ali satirizado, coado e buscado em sua quintessência, vista por poucos.
    A vida secreta é muito mais que uma linda história que envolve amor. São muitos lampejos de inteligência, sátira e humor, com direção de Ben Stiller que também interpreta o papel principal. Shirley Maclaine faz o papel muito meigo da mãe de Walter e Sean Penn, mais que convincente, interpreta o mitológico fotógrafo.
    Eu vi a fita no Cinema Glauber Rocha, do Itaú Unibanco. Poderia ter ido em outro cinema. inclusive no Vivo, pertinho de casa, que adoro, mas preferi ir naquele, mais imponente na tela e em tudo, também para homenagear D. Lúcia Rocha, essa bela mãe que partiu essa semana aos 94 anos.

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