Paixão Sufocante

“Paixão Sufocante” - “Sous Emprise”, França, 2022

Direção: David M. Rosenthal

O tema da morte em mergulho por apneia inspirou “Le Grand Bleu – Imensidão Azul”, filme francês dirigido por Luc Besson em 1988 que foi um grande sucesso. Até hoje é lembrado pela beleza e o perigo das profundezas do mar e das imagens de sonho que vimos na tela.

“Paixão Sufocante” tem algo a ver com o filme de 1988 mas é menos sonho e mais realidade, ambição e inveja. Conta uma história da vida real, a da mergulhadora em apneia, Audrey Mestre.

E vai mostrar que há perigo quando dois seres humanos se deixam envolver por uma paixão intensa, que faz vir à tona sentimentos destrutivos que podem cegar. Um homem e uma mulher, Roxana e Pascal, aparentemente fortes, mas na verdade, muito fragilizados por infâncias difíceis, vão cruzar seus destinos.

Pascal Gauthier (Sofiari Zermani) é campeão mundial de mergulho em apneia e está em Porquerole, ilha francesa de águas transparentes com a equipe, treinando para os campeonatos que virão. Roxana Aubrey (Camille Rowe) veio passar férias naquele lugar mas sem dinheiro para pagar hotéis, dorme na praia sob as estrelas. Bela, vai ser notada pelo campeão narcisista. Ela já o vira num cartaz anunciando o campeonato e se deixou encantar.

Logo ela estava de dia com a equipe, só assistindo aos treinos mas à noite na cama com Pascal. Quando ele soube que ela mergulhara com o avô durante sua infância e adolescência, ofereceu-se para ser também seu treinador.

Ela era boa nos mergulhos e aguentava as apneias com bom fôlego. Mas o mar, em suas profundezas, em torno aos 180 metros, ameaça a vida de quem pensa conquistá-lo. O mergulho profundo é sempre perigoso. Por isso uma excelente equipe é necessária para que tudo funcione como deve.

Mas não só o mar tem perigos à espreita. Para quem vive na superfície do seu próprio ser, tal qual Pascal, a onipotência infiltrada com o narcisismo hipertrofiado, não tem respeito pelas próprias fragilidades e nem com as dos outros. E como Roxana e Pascal tinham uma química perfeita, a sexualidade sem limites dele e a pouca importância que dava ao conhecimento em profundidade sobre quem era ela, tornou a sexualidade tóxica pois não permitia o amor, sentimentos de empatia e proteção.

Na faculdade, Roxana escutara de um professor, como era a morte daqueles que desafiavam as condições terríveis do mar profundo. Mas não se deu conta a tempo de como Pascal além de ambicioso era invejoso. Ninguém podia brilhar mais do que ele. Nem a mulher que ele dizia amar e incentivar.

“Paixão Sufocante” tem a tristeza do sonho de amor interrompido mas, em troca, há belas imagens e uma dupla de atores que mergulha fundo em seus personagens.

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